Citius estará operacional em todas as comarcas até à meia-noite desta terça-feira

Responsável informático do Instituto de Gestão Financeira e dos Equipamentos da Justiça assegura plataforma fica restabelecida a nível nacional, restando apenas "pequenos ajustes a fazer".

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O Ministério da Justiça está sem dados estatísticos fiáveis sobre o andamento e a pendência dos processos nos tribunais desde 2014 FERNANDO VELUDO/NFACTOS

O responsável informático do Instituto de Gestão Financeira e dos Equipamentos da Justiça (IGFEJ), Carlos Brito, garantiu que a plataforma Citius ficará operacional em todas as comarcas da nova organização judiciária até ao final desta terça-feira.

"Antes da meia-noite, o Citius fica operacional em Faro. Nas outras comarcas já está", disse Carlos Brito à agência Lusa, observando que, com o levantamento do sistema informático na comarca de Faro [a última a ser intervencionada], o Citius é restabelecido a nível nacional e no novo figurino do mapa judiciário.
 
O membro da direção do IGFEJ reconheceu que, apesar de a plataforma informática ficar operacional nas 23 comarcas a partir das 24h desta terça-feira, haverá "pequenos ajustes a fazer", porque os tribunais "estão sempre a mexer". Será necessário "ajustar o Citius à dinâmica de cada comarca", precisou.
 
Carlos Brito observou que, com a nova organização judiciária, os tribunais passaram de uma "realidade cristalizada" para uma "realidade muito mais dinâmica", em que é "preciso fazer acertos e ajustes".
 
Quanto à metodologia seguida para desbloquear o Citius, realizada comarca a comarca, o responsável do IGFEJ revelou que isso permitiu "concentrar recursos" cada vez que uma comarca era intervencionada, tornando "mais fácil" a gestão do sistema.
 
O "tratamento intensivo" comarca a comarca permitiu à equipa do IGFEJ um "maior controlo e gestão do processo em si", observou Carlos Brito, notando que isso levou a uma maior "agilização" e "rapidez" na resolução do problema.
 
O dirigente do IGFEJ considerou que a comarca "mais difícil" foi a dos Açores, porque foi a primeira onde o Citius foi restabelecido. Para levantar o sistema em Lisboa-Oeste, comarca de grande dimensão, foram precisas 15 horas.
 
Na opinião de Carlos Brito, a chave para recuperar o Citius foi "um conjunto de pessoas que deixaram de viver oito semanas" para se dedicarem unicamente ao Citius.
 
No final, terão sido transferidos aproximadamente três milhões de processos, estimou.
 
Relativamente aos processos que entraram em papel nos tribunais, durante o período em que o Citius bloqueou, terão de ser "digitalizados" e introduzidos no sistema. "Vai consumir tempo", admitiu.
 
A falha do Citius no arraque do novo mapa judiciário, a 1 de Setembro, gerou críticas de magistrados, advogados e funcionários judiiais que alertaram para o "caos" gerado nos tribunais, tendo, no plano político, levado partidos da oposição a pedir a demissão da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz.
 
A ministra - que disse ter sido informada de que o Citius estaria a funcionar a 1 de Setembro - prometeu instaurar um processo de averiguações ao sucedido.

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