Reitor da Universidade do Minho é o novo presidente do CRUP

Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas escolheu esta terça-feira António Cunha para ocupar o cargo de presidente

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António Cunha (o segundo à esquerda de Passos Coelho) numa reunião com o Governo, em 2013 Miguel Manso

O reitor da Universidade do Minho, António Cunha, foi eleito, nesta terça-feira, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), num mandato que durará até 2017. Este bracarense de 53 anos sucede assim a António Rendas, que se demitiu no mês passado, depois de quatro anos e meio à frente do órgão que representa os líderes das universidades nacionais.

Cunha foi o preferido da maioria dos 15 reitores que compõem o CRUP – 13 representantes de instituições públicas com existência “física”, bem como o da Universidade Aberta, especializada em ensino à distância, e a Universidade Católica – na eleição que decorreu na reunião do plenário daquele órgão, realizado na manhã desta terça-feira, em Lisboa. A escolha já foi oficializada pelo conselho de reitores, em comunicado.

Nesse documento, António Cunha sumaria as prioridades para o seu mandato de três anos: reforço da autonomia universitária e procura de condições para um financiamento adequado, estável e transparente das universidades públicas. No entanto, o novo presidente do CRUP “não pretende que o seu mandato fique capturado pela discussão de questões orçamentais e elenca dossiers como o regime jurídico das instituições de ensino superior, a carreira docente universitária, a centralidade das universidades na produção científica nacional, a internacionalização e a interacção mais efetiva com a sociedade”, lê-se na nota enviada à imprensa.

Apesar do papel central que as questões do financiamento continuarão a ter para o ensino superior nos próximos meses , no início desta semana, Cunha tinha defendido, em declarações ao PÚBLICO, que aquele órgão “deve encontrar modos de ter uma agenda que vá para além das questões orçamentais”, elencando a revisão do Estatuto da Carreira Docente Universitária e do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, bem como a internacionalização e interacção “mais efectiva” com a sociedade como áreas prioritárias.

O reitor da Universidade do Minho já tinha sido apontado como possibilidade para presidir ao CRUP há um ano e meio, quando António Rendas chegou a admitir não se recandidatar, e vinha sendo um colaborador próximo do presidente cessante – era o único membro da comissão permanente que se mantinha em funções. Cunha é um dos reitores há mais tempo em funções – foi eleito em finais de 2009 e reeleito no ano passado.

Licenciado em Engenharia de Produção, é doutorado em Engenharia de Polímeros e, como investigador, trabalhou na área de processamento e comportamento de polímeros e compósitos e tem uma ligação forte ao tecido empresarial. É detentor de quatro patentes e foi administrador do Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros do Centro de Excelência e Inovação da Indústria Automóvel.

Com a eleição de Cunha, o presidente do CRUP volta a ser o reitor da Universidade do Minho, depois de Sérgio Machado dos Santos, no final da década de 1990. O reitor minhoto sucede ao líder da Universidade Nova de Lisboa, António Rendas, que deixa o cargo para o qual tinha sido eleito em Fevereiro de 2010. A demissão foi apresentada com alguma surpresa, no final da última reunião do CRUP, que decorreu no final do mês passado, tendo invocado a necessidade de se dedicar mais à sua instituição como justificação para deixar o lugar. 

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