António Ponte substitui Fernando Real na presidência da Fundação Côa Parque

Nova administração é transitória e tem dois meses para entregar à Secretaria de Estado da Cultura um diagnóstico da fundação e propostas para melhorar o modelo de gestão do Museu do Côa e do Parque Arqueológico

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O museólogo António da Ponte, actual responsável da Direcção Regional de Cultura do Norte, foi nomeado presidente da Fundação Côa Parque, substituindo no cargo Fernando Real, anunciou esta terça-feira a Secretaria de Estado da Cultura.

A nova administração liderada por António da Ponte é transitória e fica incumbida de apresentar num prazo de 60 dias "um diagnóstico" sobre a fundação e propostas para "aperfeiçoar o seu modelo de gestão e o cumprimento da sua missão", esclarece a SEC num comunicado enviado à agência Lusa. Só depois disso será nomeado um conselho de administração definitivo.

O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, nomeou ainda para vogal do conselho de administração da fundação o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira.

Da anterior administração transita apenas o presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, Gustavo Duarte, que espera poder reunir-se “ainda esta semana” com os administradores agora nomeados. “Temos candidaturas a fundos comunitários e outros assuntos urgentes”, lembrou o autarca ao PÚBLICO.

Como o próprio comunicado da SEC sugere ao encarregar esta administração de propor aperfeiçoamentos ao modelo de gestão, não é de excluir que a fórmula da fundação possa vir a ser repensada. Gustavo Duarte lembra que “esta é uma fundação sui generis, financiada a 95 por cento pelo poder central”, e receia que “a nova lei do financiamento das fundações possa criar constrangimentos” que outros modelos porventura permitiriam evitar ou atenuar.

O autarca mostra-se satisfeito com esta decisão da SEC, porque acredita que “é possível fazer-se muito mais e melhor para potenciar este património” e acha que “já se perdeu tempo de mais”.

A substituição de Fernando Real foi anunciada poucos dias após o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro ter feito chegar à imprensa, no dia 1 de Outubro, um comunicado a denunciar o facto de os 29 funcionários da Fundação Côa Parque não terem ainda recebido o salário de Setembro. Gustavo Duarte garante, todavia, que não há ligação entre este protesto e a substituição da administração cessante, que já estaria a ser discutida há algum tempo.

Segundo o autarca, os vencimentos em falta foram pagos no mesmo dia em que o protesto foi divulgado, e a fundação até já disporia da verba necessária para o efeito, mesmo sem a regularização das transferências em dívida por parte dos fundadores. Gustavo Duarte garante que “sempre se deu prioridade ao pagamento dos salários” e que “não havia era dinheiro para mais nada”.

Neste período de transição, o arqueólogo António Martinho Baptista deverá manter-se como director do Parque Arqueológico. E presume-se que o novo presidente do conselho de administração, António Ponte, que foi nomeado com funções executivas, assegure ou delegue a direcção do Museu do Côa, que vinha sendo informalmente dirigido pelo próprio Fernando Real.

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