Passos Coelho garante que ministro da Educação se mantém no cargo

Nuno Crato lembrou que tem muita “honra” em fazer parte da Universidade de Lisboa. O primeiro-ministro disse que o ministro não voltará a esse lugar para já.

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Nuno Crato na apresentação do programa "Study in Portugal Network" Nuno Ferreira Santos

Pedro Passos Coelho garante que o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, vai continuar no cargo. “O senhor ministro da Educação e Ciência há-de um dia regressar à sua universidade, como ele próprio disse, mas não será agora”, declarou o primeiro-ministro no final de uma cerimónia na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), nesta terça-feira. Momentos antes, Crato tinha feito uma intervenção ambígua, ao afirmar: “Agora voltarei à Universidade de Lisboa.”

Foi no encerramento da cerimónia de apresentação e lançamento do Programa Study in Portugal Network que Nuno Crato elogiou a iniciativa e as universidades de Lisboa. Ao mesmo tempo afirmou, não com a solenidade de um anúncio, mas até com alguma graça, que pretende voltar ao lugar de professor catedrático: “As universidades que existem em Lisboa são universidades absolutamente extraordinárias. Eu próprio na minha geração anterior, ou na minha figuração anterior, [risos] estava na Universidade de Lisboa, agora voltarei à Universidade de Lisboa, tenho imensa honra de trabalhar na Universidade de Lisboa. E vejo esta associação como um princípio”, disse, referindo-se à associação das quatro universidades lisboetas envolvidas no programa e desejando que a iniciativa se alargue ao resto do país.

Pouco antes desta cerimónia, o socialista Marcos Perestrello defendera que "se o primeiro-ministro não demitir o ministro da Educação, na sequência do que se sucedeu neste início de ano lectivo […], não o faz, porque não encontra ninguém para o substituir”. O socialista falava aos jornalistas numa conferência de imprensa realizada à porta da Escola Básica Francisco Arruda, em Lisboa, que está actualmente a funcionar “a meio gás”, após ter estado encerrada na segunda-feira, devido à falta de 23 docentes.

O PCP reiterou igualmente o pedido de demissão. "Não nos limitamos a exigir a demissão do ministro Crato. Há muito que vimos exigindo a demissão de todo o Governo porque o problema não é isolado no ministro Crato ou num qualquer outro ministro", afirmou o deputado comunista João Oliveira, no encerramento das jornadas parlamentares, em Loures.

O programa da FLAD pretende atrair até Portugal estudantes norte-americanos, incluindo luso-descendentes, uma vez que, dos mais de 283 mil alunos universitários americanos que aderiram até agora a programas de mobilidade académica, apenas 211 escolheram Portugal. As universidades envolvidas são a de Lisboa, a Nova, a Católica e o ISCTE. O acordo permite itinerância entre as instituições e os programas podem ser semestrais, anuais ou de Verão. Não se trata de uma bolsa: os estudantes terão de pagar por semestre 11 mil dólares (cerca de 8670 euros), o que inclui propinas, alojamento, passeios pela cidade, pelo país, passe de transporte, telemóvel, entre outros serviços. O programa prevê ainda a criação de uma bolsa de estágios em empresas.

Depois do arranque do programa em Lisboa, a ideia é alargá-lo ao resto do país e, a médio-longo prazo, ampliar o modelo a instituições de ensino superior de países lusófonos. A partir de 2016, será criada uma bolsa de estudo em parceria com a Comissão Fullbright Portugal para alunos do 2.º e 3.º ciclos do ensino superior que tenham  participado no programa Study in Portugal Network.

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