PS pede demissão de Crato

Socialistas estiveram na escola Francisco Arruda.

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O socialista Marcos Perestrello defendeu nesta terça-feira que, se o ministro da Educação, Nuno Crato, não assumir as suas responsabilidades, o primeiro-ministro, Passos Coelho, terá de o fazer e que este só não o demite por não o conseguir substituir.

“Se o senhor ministro da Educação não assumir as suas responsabilidades, resta ao primeiro-ministro assumi-las por ele. E, se o senhor primeiro-ministro não demitir o ministro da Educação, na sequência do que se sucedeu neste início de ano lectivo, […] não o faz, porque não encontra ninguém para o substituir”, disse hoje o deputado do PS.

Marcos Perestrello argumentou que esta situação acontece, “porque o Governo e a maioria estão num claro processo de desagregação acelerada”.

O socialista falava aos jornalistas numa conferência de imprensa realizada à porta da Escola Básica Francisco Arruda, em Lisboa, que está actualmente a funcionar “a meio gás”, após ter estado encerrada na segunda-feira, devido à falta de 23 docentes.

Este estabelecimento, situado na Calçada da Tapada da Ajuda, freguesia de Alcântara, tem cerca de 600 alunos, que hoje só tiveram aulas até às 13h30, devido à falta de 15 professores, horário que se deverá manter até ao final da semana. Exceptuam-se os casos dos alunos dos cursos profissionais, que têm aulas das 8h30 às 16h30.

Na sexta-feira, vários agrupamentos de escolas receberam orientações do Ministério da Educação para anularem as colocações de professores do concurso da bolsa de contratação, cujos resultados foram conhecidos a 12 de Setembro.

“É preciso assumir o erro e retirar as consequências que decorrem desse erro e da incapacidade de resolver os problemas que se colocam no dia-a-dia”, considerou Marcos Perestrello, referindo que “estamos perante uma acção absolutamente inacreditável de desacreditação da escola pública”.

As aulas começaram há cerca de um mês e, segundo o deputado, actualmente há alunos que já estão a fazer testes e outros que não têm sequer professores, como acontece nos concelhos da Amadora e de Sintra, onde faltam 200 professores em cada, assinalou.

Questionado pelos jornalistas sobre a presença de Nuno Crato no parlamento, na quarta-feira, Marcos Perestrello disse esperar que o governante já não vá e que haja uma nova equipa à frente do Ministério da Educação.

Também presente, o presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, Davide Amado (PS), afirmou à Lusa que situação semelhante à da EB Francisco Arruda se verifica na Escola Básica do 1.º ciclo Raul Lino, onde apenas os monitores contratados por esta autarquia conseguiram colmatar a falta de professores, neste primeiro mês de aulas.

O autarca lamentou ainda que as famílias sejam afectadas, “porque os pais não têm onde deixar os filhos”.

 

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