Prognóstico Sinodal

Conta-se que um futebolista, questionado sobre o resultado de uma iminente final de um campeonato, respondeu: “Prognósticos, só no fim do jogo!” Não sei se o atleta em questão foi desastrado, ou propositadamente prudente, mas o seu vaticínio poder-se-ia aplicar ao Sínodo dos bispos sobre a família, agora a decorrer em Roma.

É verdade que esta assembleia sinodal nasceu sob o signo da novidade do actual pontificado e da controvérsia, ampliada pela imprensa, mas também alimentada pelos muitos bispos e cardeais que não se têm inibido de expressar, publicamente, os seus pontos de vista, por vezes contrários, sobre algumas questões mais polémicas. Embora possa parecer pouco edificante o espectáculo destas divergências fraternais – que não fratricidas! – entre  membros do episcopado católico, também é verdade que é salutar este libérrimo exercício do direito de opinião em questões doutrinais, sempre que praticado dentro dos limites da doutrina católica e sem prejuízo da comunhão eclesial.

O carácter pastoral do Sínodo exclui, à partida, grandes novidades teológicas: o matrimónio cristão continuará a ser uma união potencialmente fecunda, exclusiva e indissolúvel, entre uma mulher e um homem, porque assim é o casamento natural, elevado por Cristo, para os seus fiéis, à condição sacramental. Contudo, do ponto de vista pastoral, espera-se que o Sínodo proponha significativas melhorias na preparação pré-matrimonial, no acompanhamento dos casais, sobretudo quando surgem crises conjugais, e na mais célere resolução, por via judicial ou administrativa, das nulidades matrimoniais.

Uma coisa é certa: do Sínodo sairá reforçada a unidade da Igreja e potenciada e actualizada a sua pastoral familiar.

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