Lisboa é a nova companhia do Minho na lista das melhores universidades do mundo

Porto deixou de ter lugar entre as 400 primeiras do ranking da revista britânica Times Higher Education. Instituições asiáticas ganham preponderância a nível global.

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Imagem da reitoria da Universidade de Lisboa, instituição que agora está entre as 400 melhores universidades do mundo Enric Vives-Rubio

Portugal mantém duas representantes entre as melhores universidades do mundo no ranking da revista britânica Times Higher Education (THE), que é publicado nesta quarta-feira. A Universidade do Minho continua a ter um lugar entre as 400 melhores pelo terceiro ano consecutivo, tendo agora a companhia da Universidade de Lisboa no último segmento do ranking. A instituição lisboeta ocupa o lugar que, no ano passado, pertencia à Universidade do Porto.

Apesar de ter sofrido uma redução no número de representantes nos últimos anos nesta lista, uma das mais reputadas a nível internacional, o sistema universitário português consegue um resultado positivo, tendo em conta a quebra na performance das instituições europeias e a crescente ascensão das universidades asiáticas. Se, há três anos, Portugal tinha quatro universidades entre as 400 melhores do mundo para a THE (Aveiro, Porto, Coimbra e Nova de Lisboa), às quais, no ano seguinte, se juntou a Universidade do Minho (UM), o contingente nacional reduziu-se, já no ano passado, a apenas dois representantes (Minho e Porto).

Agora, a UM mantém a sua posição na lista, aparecendo entre os lugares 351 e 400, o último segmento deste ranking internacional. Em Abril, esta instituição também tinha passado a ser a melhor representante nacional entre as 100 melhores instituições de ensino superior com menos 50 anos, também publicado pela THE. Para o reitor da UM, António Cunha este resultado é “revelador do trabalho da universidade, que tem vindo a afirmar-se e a ser reconhecida internacionalmente”.

Além da UM, no ranking global, publicado esta quarta-feira, passa também a estar representada a Universidade de Lisboa (UL), que ocupa as mesmas posições da tabela. Este resultado reflecte, desde logo, o ganho de escala da instituição, decorrente da fusão entre as universidades Clássica e Técnica de Lisboa, oficializada no início do último ano lectivo. “O resultado estará certamente relacionado com esse efeito de massa”, reconhece o vice-reitor Rogério Gaspar, acrescentando uma outra explicação: “a qualidade dos trabalhos publicados” pelos investigadores da instituição. Este é, por isso, um resultado “muito significativo”, que “sublinha a importância” da UL no tecido universitário internacional, disse ao PÚBLICO.

O editor do THE, Phil Baty, considera “encorajador” que Portugal tenha mantido a sua representação na lista, “especialmente tendo em conta a concorrência de nações emergentes da Ásia Oriental”, sublinha. No entanto, adverte que “há alguma preocupação de que o país é representado apenas na extremidade inferior da tabela". O reitor da Universidade do Minho concorda com esta ideia: “Pela qualidade das suas universidades, Portugal teria obrigação de ter mais algumas instituições no top-400 e mesmo algumas entre as 200 melhores”. A explicação para o facto de isto não acontecer está, para António Cunha, nos “erros dos últimos anos”, designadamente o desinvestimento contínuo no sector.

Em termos globais, o California Institute of Technology mantém a liderança do ranking THE pelo quarto ano consecutivo. As universidades de Harvard e Oxford que, há um ano, partilhavam o segundo lugar, estão agora separadas: a norte-americana mantém a mesma posição e a britânica desce ao último posto do pódio. Nos restantes dez primeiros lugares estão as principais universidades de Estados Unidos e Reino Unido, como Stanford, Cambridge, MIT, Princeton ou Berkley.

No entanto, a THE sublinha, na nota de divulgação dos resultados, as “provas preocupantes de declínio na América do Norte, com perdas significativas, tanto para os EUA e Canadá”, na lista deste ano. Também o Reino Unido perde três representantes no top 200, ao passo que o poder se concentra cada vez mais no Sudeste Asiático. A Ásia tem agora 24 universidades no top 200, das quais seis estão no top 50. A Universidade de Tóquio (23ª) é a sua melhor representante.

Esta é a 11ª edição do ranking THE, feito em parceria com a Thomson Reuters. Esta é a lista de universidades mais abrangente, com 13 indicadores de desempenho, que avaliam a investigação, transferência de conhecimento, o ambiente de ensino e a percepção da reputação das instituições pelos seus pares.

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