Prisão preventiva para dois espanhóis detidos em Setúbal por tráfico de droga

Os dois cidadãos espanhóis detidos nesta sexta-feira no âmbito de uma operação de combate ao tráfico de droga ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos por um juiz de instrução criminal em Setúbal, disse à Lusa fonte da Polícia Judiciária.

Os 450 quilogramas de cocaína apreendidos num veleiro ao largo de Setúbal, na madrugada de hoje, têm um valor estimado entre os 16 e os 18 milhões de euros no mercado português, segundo a Polícia Judiciária (PJ).

O director da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da PJ disse hoje que, numa avaliação “por baixo”, o quilo de cocaína no mercado de rua português ronda os 35 mil euros, valor que pode chegar aos 70 mil euros noutros países europeus.

O director da UNCTE acrescentou que o veleiro, com pavilhão Belga, saiu do Brasil, tendo demorado cerca de mês e meio a atravessar o Oceano Atlântico, até chegar a Portugal.

A PJ acredita que a cocaína seria para ser descarregada em Portugal, para depois “abastecer o mercado europeu”.

Após três dias de investigação e, com a colaboração da Unidade de Controlo Costeiro da GNR e da Força Aérea Portuguesa, a PJ decidiu avançar com a operação, durante a qual foram detidos dois homens, de 24 e 31 anos, espanhóis, sendo que um deles também tem nacionalidade francesa.

“Assim que nos apercebemos de manobras que podiam levar a embarcação para alto mar, decidimos actuar. A operação decorreu normalmente e não houve reacção por parte dos detidos”, explicou o diretor da UNCTE.

João Eufrázio, da GNR, explicou que o veleiro foi “monitorizado durante 24 horas” pelo Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo, até ao momento em que a operação foi desencadeada.

Em comunicado emitido anteriormente, a PJ explicou que a droga foi encontrada no interior de um veleiro de pavilhão belga, abordado quando navegava no estuário do Sado e que foi igualmente apreendido.

A operação está, segundo a nota, inserida num quadro mais vasto de identificação, combate e desmantelamento de redes criminosas organizadas que têm utilizado este 'modus operandi' para a introdução de cocaína no continente europeu, recorrendo a embarcações de recreio normalmente oriundas da América do Sul e Caraíbas para o seu transporte.

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