PSD, PS e CDS congratulam-se com acordo sobre salário mínimo, PCP e BE dizem que é propaganda

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Jorge Machado, do PCP, acusou o Governo de propaganda Adriano Miranda

O PCP e o BE qualificam como “propaganda” ou “rebuçado eleitoral” o acordo alcançado sobre o aumento do salário mínimo. Já a maioria PSD/CDS e o PS desdobraram-se em declarações de congratulação pelo resultado. O PS lembrou, no entanto, o tempo que se demorou a chegar ao entendimento.

Numa declaração política, no plenário da Assembleia da República, Jorge Machado, da bancada comunista, sustentou que o acordo é uma contrapartida da austeridade. "Não há rebuçados eleitorais, estratégias de comunicação ou propaganda que consigam sequer disfarçar esta realidade", afirmou, tendo considerado que a medida acaba por ser “oportunista” porque faz parte da “gestão eleitoral” do Governo. Na mesma linha seguiu o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares. "Chegou a propaganda, chegassem as eleições mais cedo e mais cedo teria chegado o aumento do SMN", acusou o bloquista.

Na oposição mas ao lado do Governo, o PS considerou o acordo positivo. "O PS há muito tempo que tem defendido o aumento do salário mínimo e também sempre defendeu que a boa maneira de o fazer era exactamente através de um acordo em sede de concertação social. É positivo esse aumento, é positivo o acordo a que chegaram os parceiros sociais e só é pena que tenha demorado tanto", declarou o socialista Rui Paulo Figueiredo.

A resposta ao PCP em defesa do Governo viria de Pedro Roque, da bancada do PSD. "Neste dia, a sua intervenção cai pela base. No dia em que Governo, parceiros sociais, sindicais e patronais assinam o acordo que aumentará o SMN. Fala de luta dos trabalhadores, nós preferimos falar de diálogo social", defendeu o antigo secretário de Estado. Pedro Roque saudou o acordo de concertação social alcançado. "A concertação social mais uma vez funcionou neste país, é um acordo positivo para os trabalhadores", afirmou. O social-democrata contestou as críticas da oposição, lembrando que o Governo cumpre a sua promessa depois do período de ajuda externa.

Já fora do plenário, o CDS, pela voz do líder parlamentar, quis sublinhar o acordo conseguido. "Entendemos que é um sinal que vem dar ainda mais confiança aos investidores e à nossa economia", afirmou Nuno Magalhães aos jornalistas. O centrista rebateu as críticas do PS, acusando os socialistas de serem responsáveis pela entrada da troika em Portugal e até do FMI que era a favor da política de baixos salários.

"Este Governo herdou um memorando de entendimento que fazia depender de autorização de organizações internacionais esse mesmo aumento" do SMN, afirmou, acusando o maior partido da oposição de se esquecer que "foi precisamente pela sua governação e pela sua mão que entraram cá organizações internacionais que não queriam, nomeadamente uma delas, que esse aumento fosse feito", afirmou.

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