Os três grupos que querem a ES Saúde

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A ES Saúde entrou em bolsa em Fevereiro Daniel Rocha

Em pouco mais de um mês, a Espírito Santo Saúde já recebeu três propostas de OPA.

Fidelidade, a aposta dos chineses da Fosun
Ao protagonizar a terceira oferta sobre a ES Saúde (depois do grupo mexicano Ángeles e da José de Mello Saúde), a Fidelidade dá o primeiro passo para entrar num negócio onde nunca esteve: a gestão hospitalar. No entanto, do universo empresarial do grupo faz parte a Multicare, que actua na área dos planos de saúde privados, o que sempre fez da Fidelidade um potencial interessado na compra da ES Saúde. A seguradora é desde Maio controlada em 80% pelos chineses da Fosun (também accionistas da REN, com 4,7%). O grupo chinês está presente na indústria do ferro e aço, mas é no sector segurador que está a apostar na sua expansão internacional.

Ángeles, a porta de entrada na Europa
Os mexicanos do grupo Ángeles tomaram a dianteira nas ofertas de compra, quando em Agosto lançaram a primeira OPA. O interesse pela empresa liderada por Isabel Vaz representa o salto internacional para a Europa. O grupo Ángeles é líder no sector da saúde privada no México e tem ramificações em sectores muito distintos, da hotelaria ao futebol, passando pela comunicação social e pela banca. Na OPA, tal como as concorrentes, impõe como condição ficar com o hospital de Loures (gerido em regime de PPP e que representa cerca de 20% das receitas da ES Saúde). O império dos Ángeles foi construído por Olegário Vázquez Raña e tem hoje na liderança o filho, Olegário Vázquez Aldir. 

Mello Saúde, a concorrência à espreita
É um candidato natural à compra da ES Saúde, como operador de peso no sector, gerindo dois hospitais públicos, três hospitais privados, seis clínicas e um instituto. A Associação Nacional de Farmácias detém 30% do capital, que se aliou ao Grupo José de Mello. A intervenção da Autoridade da Concorrência pode complicar a proposta de OPA, mas o grupo garante que está “a interagir com as autoridades reguladoras” para dar seguimento ao negócio. Na proposta que lançou para ficar com o controlo da ES Saúde, um terço do dinheiro necessário são capitais próprios e dois terços através de financiamento bancário, suportado num consórcio liderado pelo Santander Totta.

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