Passos Coelho garante que prazo de venda do Novo Banco "não tem relação com qualquer processo eleitoral"

Primeiro-ministro elogia Vítor Bento, mas defende venda rápida do banco que ficou com os activos bons do BES.

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Passos Coelho defende venda rápida do Novo Banco Tobias Schwarz/Reuters

O primeiro-ministro garantiu nesta segunda-feira que a necessidade de uma venda "expedita" para o Novo Banco "não tem nenhuma relação com qualquer processo eleitoral", em referência às legislativas do próximo ano. Sobre a saída de Vítor Bento da administração da instituição Passos Coelho assegurou que a curta passagem do economista pelo banco foi "decisiva para que o projecto se iniciasse com muita credibilidade".

Passos Coelho falava aos jornalistas na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, à saída da sessão de comemoração dos 35 anos do Serviço Nacional de Saúde. Começou por elogiar o trabalho de Vítor Bento e da sua equipa, explicando que a saída lhe foi transmitida pelo próprio na semana passada e remetendo explicações para o comunicado da própria administração.

O primeiro-ministro assumiu que "ninguém pode dizer que a economia [nacional] está isenta de riscos," a propósito dos efeitos do Novo Banco no sistema financeiro, reforçando que esse é um dos argumentos para uma venda mais rápida trazer vantagens. "Quanto mais tempo decorrer, maior o risco da operação. Quanto mais tempo decorrer até à sua alienação, mais riscos serão enfrentados", reiterou.

Depois, Passos elogiou o trabalho do Banco de Portugal em todo o processo, que admite que "não ajuda a recuperar a confiança na economia  [nacional]". "O Banco de Portugal actuou bem no caso do Banco Espírito Santo (...) e teve 100% de apoio do Governo nessa tarefa. Agradecemos ao senhor governador do Banco de Portugal que não tenha andado a tapar o sol com a peneira, nem a fazer de conta que o problema não existia ou a empurrar com a barriga para a frente."

O primeiro-ministro assumiu que o caso "não ajuda" quem enfrenta eleições daqui a um ano, mas rejeitou que a necessidade de uma venda rápida do Novo Banco tenha relação com "processos eleitorais", insistindo que não é do interesse do funcionamento da banca "o grande ponto de interrogação" de quanto pode custar esta venda.

Quanto a compradores, Passos Coelho escusou-se a avançar informações sobre possíveis interessados na instituição, justificando que "não houve ainda um processo organizado de consulta ao mercado".

O primeiro-ministro falou pela primeira vez depois da demissão de Vítor Bento por divergências sobre a estratégia a seguir e da nomeação de Eduardo Stock da Cunha para a presidência do Novo Banco.

 

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