Danièle Watts, a actriz afro-americana que integrou o elenco de Django Libertado, de Quentin Tarantino, foi na semana passada detida pela polícia de Los Angeles. A situação não durou muito tempo, uma vez que a actriz foi confundida com uma prostituta. Watts acusa as autoridades de terem agido de forma racista e diz nunca se ter sentido tão humilhada.

Tudo aconteceu quando Danièle Watts beijava o seu marido que estava dentro do carro, enquanto a actriz estava na rua. O episódio passou-se na sexta-feira mas só no fim-de-semana foi tornado público, depois de Watts que deu vida à escrava Coco no western spaghetti que conta a história de um escravo libertado em busca de vingança nos Estados Unidos do pós-Guerra Civil se ter revoltado nas redes sociais.

Na sua página no Facebook, a actriz conta que foi detida por dois polícias por “ter recusado concordar que tinha feito algo de errado ao demonstrar afecto, completamente vestida, num local público”. Danièle Watts descreve a situação, contando que enquanto foi obrigada a sentar-se no parte de trás do carro da polícia de Los Angeles lembrou-se das inúmeras vezes que também o seu pai passou por isso nos Estados Unidos. “Senti a sua vergonha, a sua raiva”, diz a actriz, mostrando-se frustrada com tudo o que aconteceu.

Questionada pelo The Guardian, a divisão da polícia de Studio City, zona onde tudo aconteceu, negou ter o registo do incidente mas garantiu que iria analisar a situação, esperando reunir mais informação nesta semana. No entanto, Danièle Watts não só contou todo o episódio no Facebook como ainda publicou uma fotografia sua do sucedido. Na imagem, vê-se a actriz, com as mãos atrás das costas, a chorar ao lado de um polícia.

À AFP, a polícia de Los Angeles explicou em comunicado ter recebido uma queixa de alguém que acusava o casal de “exposição indecente”. Foi aí que a polícia se dirigiu ao local, quis identificar a actriz e o seu marido e estes terão recusado, o que terá desencadeando a situação.

Na sua declaração, a actriz garante que a polícia agiu de forma racista, defendendo que aqueles agentes não a podiam impedir de se expressar. Danièle Watts não deixa de considerar “irónico” que situações como esta aconteçam num país que se assume como “livre e exemplar”.