Rússia pede urgência na negociação do estatuto político das províncias separatistas da Ucrânia

Ministro dos Negócios Estrangeiros russo está satisfeito com o respeito pelo cessar-fogo, mas pede celeridade no processo político.

Foto
Rússia preocupada com a concentração de soldados ucranianos nos arredores de Donetsk AFP/ANATOLII STEPANOV

A negociação de um estatuto político especial para as províncias do Leste da Ucrânia, que está prevista no acordo de cessar-fogo assinado pelo Governo de Kiev e os líderes separatistas que se combatem desde Abril, deve avançar rapidamente para não pôr em causa o compromisso para a paz no país, alertou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov.

O líder da diplomacia russa congratulou-se com o respeito de ambas as partes pelas tréguas declaradas no fim da semana passada, mas reclamou maior celeridade nas negociações políticas para a definição do estatuto do território dominado pelos separatistas. Os líderes rebeldes exigem o respeito pela sua auto-determinação, mas Kiev rejeita a divisão do seu território, apesar de estar disposta a abrir mão de alguns poderes em favor de uma maior autonomia das regiões.

Os desenvolvimentos no terreno mostram como o acordo está periclitante. Desde a entrada em vigor das tréguas, o Exército ucraniano já registou cinco baixas: soldados mortos em tiroteios com as forças rebeldes na zona de Mariupol e Donetsk, informou o porta-voz do Ministério da Defesa, Andri Lisenko, que referiu ainda a existência de vítimas civis. Pelo seu lado, Lavrov chamou a atenção para a “elevada concentração” de tropas nos arredores de Donetsk, o que na sua opinião sugere a iminência de um ataque do Exército contra os rebeldes.

No entanto, algumas das etapas previstas no acordo negociado na capital da Bielorrúsia, Minsk, estão a ser cumpridas por ambas as partes, nomeadamente a libertação de prisioneiros de guerra. Segundo Andri Lisenko, os separatistas já devolveram à liberdade 648 pessoas capturadas e prometeram para breve a libertação de mais 500. Mas um dos líderes separatistas, Andrei Purgin, apresentou números bem diferentes à agência russa Interfax: segundo o vice-primeiro-ministro da autoproclamada república popular de Donetsk, ainda só foram trocados 36 prisioneiros de guerra.
 

  



Sugerir correcção
Comentar