Bancos querem criar comissão para acompanhar a venda do Novo Banco

Pedido feito ao Banco de Portugal, que ainda não deu resposta à pretensão das instituições.

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Instituição liderada por Carlos Costa revê em baixa crescimento económico Jorge Miguel Gonçalves/NFACTOS

Os bancos que financiaram o resgate do BES, através do Fundo de Resolução, querem acompanhar as decisões relativas ao Novo Banco, com destaque para a venda da instituição, notícia nesta segunda-feira o Jornal de Negócios.

Esse acompanhamento poderá ser feito através da criação de uma comissão formal de acompanhamento que permita aos bancos portugueses que ficaram com o risco financeiro da operação de resgate terem informações privilegiadas sobre as decisões futuras.

De acordo com o jornal, a proposta de criação da referida comissão já foi entregue ao Banco de Portugal, a entidade que decidiu o resgate do Banco através do Fundo de Resolução - o banco central ainda não deu resposta à pretensão das instituições.

Mesmo sem carácter vinculativo, os bancos querem, através da referida comissão, pronunciar-se sobre as decisões mais importantes que vierem a ser tomadas e que tenham impacto nos próprios interesses dos financiadores do Fundo de Resolução.

Os bancos estão preocupados com a recuperação dos 4900 milhões de euros injectados no Novo Banco, através do Fundo de Resolução.

Se a venda da instituição que resultou da divisão do BES em dois, com o Novo Banco a concentrar os activos bons, designadamente a actividade de retalho, e o BES a agrupar os activos maus, ou de risco, não permitir encaixar os 4900 milhões de euros, os bancos terão de assumir essa perda do remanescente.

A venda rápida da nova instituição tem sido defendida pelos bancos e o processo já está em curso, através da contratação, com essa missão, do BNP Paribas.

No sábado, no seu comentário semanal na SIC, Maques Mendes disse que o Novo Banco vai ser vendido em quatro ou, no máximo, seis meses e que já “há interessados”.

O comentador social-democrata disse que, ainda esta semana, o Banco de Portugal já vai reunir com o BNP Paribas para definir a “cronologia das operações”.

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