Sondagem dá vitória aos independentistas no referendo escocês

Quando faltam apenas 11 dias para a votação do referendo pela independência da Escócia, uma sondagem coloca pela primeira vez o "sim" a ganhar.

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A tendência de viragem a favor do “sim” parece inegável ANDY BUCHANAN/AFP

Uma sondagem da empresa YouGov, divulgada este domingo pelo jornal inglês Sunday Times, dá pela primeira vez a vitória ao “sim” no referendo pela independência da Escócia, que será votado já no próximo dia 18.

Com 51% de votos para o movimento pelo “sim”, liderado pelo primeiro-ministro escocês Alex Salmond, e 49% para a coligação Better Together, que advoga o “não”, a diferença entre ambos é ainda inferior à margem de erro da sondagem. Mas se tivermos em conta que há cerca de um mês, no dia 7 de Agosto, a mesma empresa de sondagens colocava ainda o “não” a vencer com uns confortáveis 61%, os unionistas têm boas razões para estar preocupados.

E estão. O trabalhista Alistair Darling, que dirige a campanha pelo “não”, já reconheceu que a votação “vai ser muito renhida”, e que esta sondagem “deve servir de alerta a todos os que pensaram que este referendo tinha um resultado pré-anunciado”.

Segundo o jornal The Guardian, deverá ser anunciado em breve um plano para persuadir os escoceses de que poderão dispor de uma autonomia reforçada caso vença o “não”, e que a derrota do “sim” não significará a manutenção do estado de coisas actual. O plano passaria pela organização de uma grande convenção, com representantes dos diferentes sectores da sociedade escocesa, à qual caberia discutir e decidir uma significativa transferência de poderes.

Com o referendo à porta, as direcções partidárias dos principais partidos nacionais têm mantido intensas conversações, diz o The Guardian,  para tentar garantir que a referida convenção possa concluir-se antes das eleições legislativas de Maio de 2015, dando tempo aos principais partidos nacionais de se comprometerem a cumprir as suas recomendações.

 “Vamos dar a conhecer nos próximos dias um plano de acção para dar mais poderes à Escócia. Mais poderes fiscais, mais poderes na despesa pública, mais planos para novos poderes sobre o sistema do estado social”, disse o ministro das Finanças, George Osborne.

O calendário para a implementação deste novos poderes, garantiu Osborne, avançará no dia a seguir ao referendo se o “não” ganhar. E, assim, “a Escócia terá o melhor dos dois mundos”: mais autonomia sem os riscos de uma separação.

O ministro avisou aqueles que estão a pensar votar “sim” com duas ideias que têm sido centrais na campanha do “não”: a decisão é definitiva e “para sempre”, e uma Escócia independente não ficará com a libra.

Embora uma outra sondagem divulgada no fim-de-semana, realizada pela Panelbase, atribua ainda 52% dos votos ao “não”, a tendência de viragem a favor do “sim” parece inegável.

Mesmo os avisos que têm chegado da Comissão Europeia não estarão a surtir grande efeito: ao longo das últimas semanas, a imprensa britânica tem citado vários altos funcionários europeus não identificados a garantir que é consensual na Comissão o entendimento de que uma Escócia independente teria de voltar a pedir a integração na União Europeia, processo que calculam poder demorar cinco ou seis anos.

No referendo de dia 18, os escoceses terão apenas de responder “sim” ou “não” à pergunta: “A Escócia deve ser um país independente?”. Se o “sim” vier mesmo a ganhar, será o fim de uma união que dura há mais de 300 anos.
 

Maioria dos catalães rejeita referendo se for ilegal

Uma maioria dos eleitores catalães rejeita a via de convocar uma consulta de autodeterminação que não é autorizada pelo governo de Espanha e que foi suspensa pelo Tribunal Constitucional (TC).

Uma sondagem da Metroscopia realizada para o jornal El País, e publicada estes domingo,  mostra que 45% dos catalães consideram que se deve acatar a sentença do TC e negociar uma nova convocatória da votação que se ajuste à legalidade. Só 23% concordam com a realização do referendo no termos actuais, cujos resultados estão sujeitos a uma mais do que provável suspensão. Outros 25% defendem uma saída que não exija uma consulta dos eleitores.

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