Menos candidatos colocados no acesso ao ensino superior na primeira opção

Na 1.ª fase do acesso ao ensino superior, 88% conseguiram colocação numa das três primeiras escolhas. Número de alunos dos cursos profissionais colocados cresceu 18%. Há 73 cursos sem qualquer estudante, 63 dos quais em politécnicos. Ministério lança bolsas para alunos irem para o interior.

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Este ano havia menos vagas e mais alunos a disputar um lugar no ensino superior. Dos 42.408 que se candidataram à 1.ª fase do concurso nacional de acesso, 89% entraram e 54% conseguiram lugar na 1.ª opção. No ano passado, tinham sido 60% os que conseguiram colocação na 1.ª escolha.

Nesta fase, abriram 50.820 vagas, menos 641 do que no ano passado. Menos vagas, mas mais candidatos: no ano passado, eram 40.419, este ano 42.408. Em 2013, 37.415 foram colocados (93%), este ano 37.778 (são mais em termos absolutos, mas menos em termos percentuais, 89%). Para a 2.ª fase, ainda há 13.168 lugares.

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A maioria dos alunos conseguiu colocação na 1.ª opção – 54% -, mas, ainda assim, foram menos do que os 60% do ano passado. No geral, 88% conseguiram colocação numa das três primeiras escolhas.

O número de estudantes colocados oriundos dos cursos profissionais cresceu 18% entre 2013 e 2014. Se, em 2013, foram colocados 534 no ensino universitário e 897 no politécnico, este ano foram 617 no primeiro caso e 1074 no segundo.

De acordo com informação disponibilizada pela Direcção-Geral do Ensino Superior, nas universidades, 87% dos lugares foram ocupados. Em comunicado, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) considera que, num “contexto de retracção de procura de formação superior”, esta percentagem é “especialmente relevante”.

No caso dos politécnicos, o cenário é diferente – estão preenchidas nesta fase 58% das vagas, ou seja, quase metade ficaram desocupadas. Ainda assim, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Joaquim Mourato, congratula-se, porque se regista um aumento em relação aos 55% do ano passado. “Outro aspecto muito positivo”, acrescenta, é o “crescimento de 5%”, em relação ao ano anterior, do número de alunos que escolheram o ensino politécnico como 1.ª opção.

As duas áreas com mais procura, no que toca às primeiras opções dos candidatos, são Saúde (7513 alunos que escolheram cursos desta área na 1.ª opção) e Ciências Empresariais (6687). Já no que toca, porém, à relação entre a oferta e a procura por áreas de estudo, a leitura dos dados é outra: há áreas com uma procura superior à oferta, destacando-se neste caso a Informação e Jornalismo. Para esta área de estudo, havia 1558 candidatos para 938 vagas, o que dá uma média de 1,66 candidatos por vaga. Segue-se Direito e Ciências Sociais e do Comportamento, com 1,27 candidatos por vaga e Saúde, com 1,12 candidatos por vaga.

Universidade do Porto mais procurada
No que toca à procura por instituições de ensino superior, a que mais se destaca pela procura superior à oferta é a Universidade do Porto (UP), com 1,83 candidatos para cada vaga. A instituição menos procurada foi o Instituto Politécnico de Bragança, com 0,10 candidatos por vaga.

O gabinete de imprensa da UP emitiu uma nota sublinhando que “a UP é também a universidade que consegue a mais alta taxa de preenchimento de vagas”, com 96% das vagas preenchidas. É novamente nesta universidade que está o curso com a nota mais elevada do último colocado – é Medicina e regista 18,27 valores.

Apesar de ser a universidade com a taxa de preenchimento mais elevada, há três instituições de ensino superior que a ultrapassam – as escolas superiores de enfermagem de Lisboa, Coimbra e Porto. Não sobram vagas nestas escolas. No total, há quinze instituições, em 33, que tiveram uma ocupação superior à média nacional que é de 74%.

Contudo, num total de 1067 cursos, entre licenciaturas, mestrados integrados e preparatórios de licenciaturas e mestrados integrados, há cerca de 30% que, nesta fase, receberam 10 ou menos alunos (no ano passado, a percentagem foi a mesma). Em particular, daquele total há 73 cursos que não receberam qualquer aluno (6,8% do total). Destes 73 cursos, apenas 10, sublinha o CRUP, são em universidades. Os restantes são em politécnicos. No ano passado, em cerca de 1090 cursos, 66 não receberam qualquer aluno (uma percentagem idêntica, cerca de 6%).

No sábado, o Ministério da Ciência e da Educação (MEC) adiantou que o secretário de estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, já assinou o despacho que aprova o regulamento do programa +Superior, que tem como objectivo atrair alunos para regiões do país “com menor pressão demográfica”. A ideia é atribuir uma bolsa de mobilidade de 1500 euros anuais a um máximo de mil alunos, que se queiram deslocar para as áreas em questão. As instituições seleccionadas são as universidades da Beira Interior, Évora, Trás-os-Montes e Alto Douro, e os institutos politécnicos de Viana do Castelo, Bragança, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Tomar, Santarém, Portalegre e Beja. Entre estas, estão os dois politécnicos com as percentagens mais baixas de ocupação das vagas na 1.ª fase do concurso. No de Bragança, só 25% das vagas foram ocupadas – em cerca de 43 cursos, 29 receberam dez ou menos alunos. No de Tomar, só 24% dos lugares estão ocupados – em cerca de 15 cursos, nove receberam 10 ou menos alunos.

O número total de novas admissões só será conhecido após a conclusão das inscrições e incluirá não só os estudantes que virão a ser colocados na segunda e terceira fases do concurso, como os admitidos através de outras vias, como os regimes especiais de acesso. De 8 a 19 deste mês decorre a apresentação da candidatura à 2.ª fase e esses resultados serão divulgados dia 25.

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