Candidato apoiante de Costa vai impugnar eleições do PS de Braga

Joaquim Barreto, que denunciou o pagamento em massa de quotas a 2294 militantes do distrito, afirma que a convocatória das eleições “é ilegal” e vai impugná-las. Presidente da distrital diz que já recorreu da decisão.

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Nelson Garrido

A confusão no PS de Braga não abranda nem mesmo em dia das eleições. Pouco depois da urnas abriram (pelas 15h00), a candidatura de Joaquim Barreto entregou em todas as secções de voto do distrito um protesto no qual exige a impugnação do acto eleitoral para a federação, mesmo que venha a ser eleito o próximo líder federativo”.

“Independentemente de que venha a vencer as eleições no distrito de Braga vamos impugná-las, porque a convocatória está ferida de ilegalidade”, disse ao PÚBLICO o candidato e presidente da concelhia de Cabeceiras der Basto, que, recentemente, denunciou o caso da regularização das quotas de 2294 militantes do distrito.

Para Joaquim Barreto, “não estão reunidas as condições para a realização das eleições federativas, uma vez que foram convocadas não pelo presidente da mesa da comissão política distrital, Mesquita Machado, como determinam os estatutos, mas pelo líder da distrital, Fernando Moniz, em 18 de Agosto”.

“Esta situação consubstancia uma usurpação de poderes tal como foi entendido pela Comissão Distrital de Jurisdição que decidiu, por unanimidade, que “há manifesta ilegalidade na ‘convocatória’ para a eleição dos órgãos da federação produzida pelo presidente da federação distrital de Braga”.

Alegando que “a não realização do acto eleitoral acentuaria a mediatização e deterioração da imagem do Partido Socialista”, o candidato à presidência da terceira maior federação do partido diz que não pretende “criar impedimentos à participação dos militantes no acto eleitoral a realizar este sábado, lavrando o presente protesto para que de forma inequívoca se reafirme a posição que vem sendo mantida pelos apoiantes da candidatura”, denominada “Unir, fortalecer e vencer”.

“Não quero ganhar por ganhar, quero ganhar com a verdade democrática. Não quero uma vitória falaciosa e por isso é que estas eleições têm de ser impugnadas”, disse ainda o dirigente, apoiante de António Costa, reafirmando que o pedido de impugnação vai ser apresentado, porque o líder distrital, Fernando Moniz ao convocar as eleições praticou um acto para o qual não estava legitimado”.

E atira mais um argumento: “O presidente da distrital e Braga do PS quando enviou as convocatórias aos militantes não escreveu que estava a convocar as eleições com poderes delegados pela comissão nacional e como isso não aconteceu as eleições que estão a decorrer em Braga estão feridas de ilegalidade”.

 AS PÚBLICO, Fernando Moniz confirma a reunião na madrugada deste sábado da Comissão Distrital de Jurisdição, revela que já recorreu, porque a “decisão do órgão jurisdicional não tem efeitos suspensivos”.

“Naturalmente que recorri. EU só convoquei eleições porque o secretariado nacional do PS delegou em mim essa responsabilidade, uma vez que o presidente da mesa da distrital recusou fazê-lo”.

Apoiante de António José Seguro, o líder do PS-Braga alerta para o facto de ”o partido não poder parar devido à vontade de uma pessoa” e frisa que as pessoas têm de se habituar à democracia. Sem mencionar o nome de ninguém, o dirigente nacional deixa cair a provocação: ”No PS há pessoas que nunca foram habituadas a serem contrariadas, mas está na hora de se habituarem à democracia”.

Este assunto será agora para a Comissão Nacional de Jurisdição, que terá de se pronunciar se vai ou não haver repetição do acto eleitoral em Braga, um distrito que já foi o grande esteio do secretário-geral do PS.

Em Braga estão este sábado em disputa duas listas, a de Joaquim Barreto, (conotada com António Costa), e a de Maria José Gonçalves (apoiante de António José Seguro”.

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