Foi uma demissão inesperada: na sexta-feira, Franz Welser-Möst, um dos mais famosos maestros austríacos, emitiu um breve comunicado anunciando que ia deixar o cargo de director musical da Ópera Estatal de Viena devido a divergências com o director artístico desta instituição, Dominique Meyer.

O premiado Welser-Möst, que dirigiu a Filarmónica de Viena por duas vezes no concerto de Ano Novo transmitido em directo para todo o mundo – alegou “divergências de opinião inultrapassáveis relativamente a definições artísticas da companhia”. A decisão do maestro deixa a Ópera de Viena numa situação difícil, dias depois do início da temporada 2014-2015.

Meyer reagiu através de uma declaração citada pela agência noticiosa austríaca, lamentando a saída de Welser-Moest: “Esta é, claro, uma grande perda, e algo que lamento muito pessoalmente porque valorizo imenso Franz Welser-Möst como artista e como director”. Acrescenta ainda que a sua prioridade neste momento é “encontrar o mais rapidamente possível um substituto para os concertos que ele iria dirigir: 34, incluindo duas estreias de Rigoletto e Elektra, que foram planeadas com ele.”

O The New York Times antecipa uma corrida ao lugar, que descreve como “um dos mais prestigiados no mundo da ópera”. Ainda segundo o diário norte-americano, não ficou claro o que provocou as divergências entre os dois responsáveis, mas o comunicado do maestro sugere que se trata de questões ligadas à escolha de músicos e maestros. “As divergências de opinião não aconteceram de um dia para o outro”, lê-se no comunicado. “Tentámos, em diversas ocasiões, encontrar uma solução, e claro que [Dominique Meyer] tem direito às opiniões dele relativamente a cantores, maestros e a todo o departamento artístico. No entanto, essas opiniões vão inevitavelmente afectar a minha posição e o meu trabalho enquanto director musical.”

A decisão de se demitir foi “muito dolorosa”, acrescenta Welser-Möst, que deverá manter o cargo de director musical da Orquestra de Cleveland. O The New York Times recorda que, apesar de o lugar de director musical da Ópera de Viena ser muito cobiçado, foram vários os nomes famosos que, por diferentes razões, tiveram que o deixar, de Mahler a Richard Strauss, de Herbert vin Karajan a Lorin Maazel.