E no entanto… ele não se move

Na Educação e na Justiça, a despeito das promessas dos governantes, a realidade mostra um sistema bloqueado. De nada vale a ministra da Justiça tentar sossegar o país se os tribunais estão a receber ordens para não usarem o sistema informático Citius porque há processos que chegam ao destino “mutilados”. De nada vale o ministro da Educação garantir um novo ano lectivo sem problemas quando o seu ministério, em vésperas do início das aulas, se atreve a telefonar durante a noite para directores de várias escolas para que indiquem com urgência, em escassíssimas horas, os nomes dos professores que concorreram a destacamento por ausência de componente lectiva, já que entretanto tinham surgido horários para eles. No mundo restrito de Nuno Crato e Paula Teixeira da Cruz, tudo “funciona”. Mas, fora dele, o cidadão só pode dizer do sistema o contrário do que Galileu sussurrou ao livrar-se dos censores: “E no entanto… ele não se move.”

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