"Não há forma de prever se a instabilidade no Missouri vai continuar ou não"

Três perguntas a Terry Jones sobre os acontecimentos em Ferguson, no Missouri.

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Professor de Ciência Política e Administração da Universidade do Missouri - St. Louis, Terry Jones conhece bem a realidade de Ferguson. Especialista em questões metropolitanas e autor dos livros The Metropolitan Chase: Politics and Policies in Urban America e Fragmented by Design: Why St. Louis Has So Many Governments, respondeu ao PÚBLICO por correio electrónico.

As medidas tomadas para repor a ordem em Ferguson são suficientes ou podem ser encaradas como uma provocação pelos manifestantes?
Não há como prever se a instabilidade vai continuar ou não. Mas penso que, depois de alguns passos em falso de dirigentes nacionais, estaduais e locais esta é uma resposta ajustada e razoável para controlar a crise a curto prazo.

Atendendo à sua experiência em Ferguson, considera que estes acontecimentos eram previsíveis?
A injustiça racial na região de St. Louis aumentou a probabilidade de incidentes como este, que poderia ter acontecido em vários outros lugares. Quer dizer, não há nada de especial em Ferguson que explique esta ocorrência aqui. Na realidade, os dirigentes de Ferguson, tanto os nomeados como os eleitos, até se têm revelado mais sensíveis e progressistas em relação às questões de justiça racial do que os seus homólogos de muitos outros subúrbios da região.

É possível retirar consequências deste caso, a nível local e nacional?
Os Estados Unidos ainda têm de digerir a sua história de escravatura (até 1865) e de mais um século de segregação legal em muitos estados, incluindo no Missouri. É urgente um diálogo vigoroso para acelerar as mudanças necessárias, especialmente ao nível local.

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