Casas de bondade

A bondade é uma das belezas mais visíveis e menos discutidas da vida. Discute-se na filosofia e na teologia, mas sempre com a intenção de defini-la contra outras definições da bondade. Nessa agressividade, sem dúvida necessária, a discussão é boa mas má como a maralha que diz que as cobras são más. Abusar da bondade é um grande mal e um risco que estou sempre a correr. Esta semana quisemos comer o bom (lá está) frango assado da Churrasqueira Frangonelas.

Fica na terra de Fontanelas (amada por Vergílio Ferreira e toda a gente que a conhece), fecha à terça e o número de telefone, para encomendar meia-hora antes, é 916 635 700. Quando lá fui comoveu-me que o dono dissesse que a referência dele era a Churrasqueira de Janas, que elogiei fartamente no Fugas de ontem. Isto não é concorrência: é bondade.

Ser bom é ser generoso; é aceitar a estranheza dos outros; é ser empático sem esforço ou adivinhas. Levámos o frango assado para um restaurante muito bom (em ambos os sentidos da palavra), filho de outro restaurante impossivelmente ainda melhor das Azenhas do Mar, onde é a mãe dele, boníssima, que cozinha e manda e dá.
Acompanhámos o frango com a primorosa salada russa e os perfeitos pimentos Padrón do restaurante. Mais, muito mais: tivemos o prazer de comer o frango comprado numa mesa maravilhosa, atendidos por amigos, no maior luxo de tudos que é estarmos no maior luxo, bondosa e erroneamente descrito como "se estivéssemos em casa".

Que bom.
 

  

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