Reservas de sangue são suficientes e não há operações adiadas

Instituto do Sangue e da Transplantação assegura que as 12 mil unidades de sangue actualmente guardadas bastam para as necessidades.

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A possibilidade de expandir o número de células estaminais sanguíneas poderá resolver o problema crónico de falta de dadores nos bancos de sangue REUTERS/Toby Melville

Os actuais níveis das reservas de sangue são suficientes e não há “qualquer razão para alarme, o que ocorreria apenas se se tivesse registado o adiamento de alguma cirurgia”, garante o presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, Hélder Trindade.

As reservas do tipo de sangue AB- chegavam esta sexta-feira para apenas mais quatro dias. O limite que faz “soar o alarme é de cinco dias”, mas aquele responsável assegura que “não há perigo”. É que os portadores de sangue AB- podem receber sangue O-, conhecido como o de dador universal.

A baixa nas reservas de sangue é também, para Hélder Trindade, normal nesta altura de férias, razão pela qual o instituto tem brigadas móveis instaladas pelo país para recolher mais dádivas. O instituto teve esta sexta-feira equipas em Aveiro, Coimbra, Faro, Lisboa, Santarém, Setúbal, Viseu e Évora.

“Os fins-de-semana são sempre de abaixamento das reservas, que depois aumentam à segunda-feira”, explicou o mesmo responsável. Em caso de alarme, aquela entidade envia de imediato mensagens automáticas aos seus dadores habituais, solicitando a sua colaboração.

De qualquer forma, existem de momento 12 mil unidades de sangue guardadas, 5.500 das quais no instituto. “Em 2012, tínhamos apenas nove mil a nível nacional e não houve problemas durante o Verão”, conta Hélder Trindade.

Entre o ano passado e este ano, as dádivas de sangue “diminuíram cerca de 10%, seguindo uma tendência que já sentimos há três anos”, aponta. O presidente do Instituto Português do Sangue explica que a redução do número de dadores se deve “ao aumento da emigração entre a população jovem, ao envelhecimento da população que fica, que deixa de ter condições para doar sangue, e à crise”. As dificuldades financeiras “impedem as pessoas de terem condições para se deslocarem aos hospitais e muitas até ficam sem disposição para continuar a doar”.

Mas ao mesmo tempo que se verifica uma diminuição das colheitas, existe também uma “diminuição do consumo”, assinala o mesmo responsável.   

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