A inflação viu agravar-se em Julho a tendência negativa dos últimos seis meses. O índice de preços no consumidor (IPC) recuou 0,9% face ao mesmo mês do ano passado, com as classes de produtos alimentares, bebidas não alcoólicas e vestuário e calçado a serem os principais responsáveis por esta evolução.

O indicador apurado para Julho é 0,5 pontos percentuais inferior ao que fora observado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em Junho (-0,4%). Também a variação média dos últimos 12 meses recuou, de 0% em Junho para -0,2% no mês passado.

Já o índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) português, que permite a comparação directa com os parceiros europeus, registou em Julho uma taxa de variação homóloga de -0,7% (- 0,2 pontos percentuais em Junho), inferior em 0,7 pontos percentuais à taxa estimada pelo Eurostat para os países do euro.

O INE refere que os principais responsáveis por este novo recuo do nível de preços em Portugal são os produtos de vestuário e calçado, a reflectirem já a entrada no período de saldos. A taxa de variação homóloga foi, nesta área, de -7,5%, que compara com os -1,5% apurados em Junho.

Também os produtos alimentares e as bebidas não alcoólicas registaram uma variação homóloga negativa de 3,1%, 0,6 pontos percentuais abaixo do que tinha sido apurado para o mês de Junho.

Do lado das contribuições positivas, destacam-se as classes de habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis, com um aumento homólogo de 2,2% (2,3% em Junho) e das bebidas alcoólicas e tabaco, com um aumento de 3,1%, duas décimas de ponto percentual acima do verificado no mês anterior.