Bolsa de Lisboa encerrou a perder 4%, com BCP a desvalorizar 15%

Fortes quedas dos últimos dias agravam perda anual do PSI 20 para 14,9%.

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A abertura da bolsa lisboeta acompanhou a maioria dos mercados europeus Rafael Marchante/Reuters

O principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI 20, fechou esta quarta-feira em forte queda, ao desvalorizar 4,07%, agravando a desvalorização anual do índice, que está agora em 14,9%. O sector bancário liderou as quedas, com o BCP a perder 15,07%.

As queda acções do BCP, para 0,09 euros, foi acompanhada de forte liquidez, ao transaccionar mais de 785 milhões de títulos.

Nos restantes títulos da banca as quedas também foram elevadas, com o Banif a perder 5,8% e o BPI a recuar 8,83%.

Para além de um conjunto de factores que estão a influenciar negativamente todas as praças europeias, na bolsa portuguesa e no sector financeiro em particular ainda há o feito negativo do BES.

A solução encontrada para o BES, que implica que os accionistas sejam chamados a suportar, em primeira linha, as perdas geradas pelo colapso da instituição, gera um clima de receio face ao investimento accionista em títulos bancários.

Recorde-se que o Banco de Portugal decidiu dividir o BES em dois, um “banco bom”, que passou a ser detido pelo Fundo de Resolução, denominado de  Novo Banco e detido pelos outos bancos, e um “banco mau”,  detido pelos anteriores accionistas do BES.

Mas como está a acontecer nas bolsas europeias, em que a queda é transversal a praticamente todos os sectores, na bolsa portuguesa todos os 18 títulos do índice fecharam no vermelho.

Entre as maiores quedas esteve a PT, que perdeu 5,6% e a Mota-Engil (6,44%). Com uma desvalorização de mais de 5% esteve ainda a Teixeira Duarte e a EDP renováveis.

O sentimento foi negativo nas restantes praças europeias, com todos os índices de referência em queda, mas abaixo de 1%, à excepção do IBEX 35, da bolsa de Madrid, que chegou a perder 2%, mas encerrou com uma perda menor, ligeiramente acima de 1%, e do FTSE MIB, de Milão, que esteve a perder mais de 3% e fechou um pouco abaixo, a deslizar 1,33%.

As sanções da Europa e dos Estados Unidos à Rússia por causa da Ucrânia, e o impacto de retaliações que se deverão seguir, estão na base do nervosismo dos mercados accionistas. A este motivo ainda se junta a situação em Gaza e indicadores económicos negativos relativos à economia alemã e italiana.

Entre os dados económicos negativos divulgados esta quarta-feira está a queda de 3,2% das encomendas à indústria na Alemanha, em Junho, face a Maio. O Ministério da Economia alemão admite que "os riscos e os desenvolvimentos geopolíticos conduziram a uma clara contracção nas encomendas”.

Também o Produto Interno Bruto (PIB) de Itália saiu pior que o esperado, ao recuar 0,2% no segundo trimestre, face ao trimestre anterior, mergulhando o país de novo em recessão técnica, conforme revelou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística italiano (Istat).

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