A Euronext decidiu esta terça-feira retirar o Banco Espírito Santo (BES) do PSI20, o principal índice da bolsa de Lisboa, a partir de 11 de Agosto a um preço contabilístico de zero euros por acção.

A decisão da gestora da bolsa de Lisboa foi tomada depois de um comunicado do Novo Banco, divulgado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que deixa mais clara a divisão de activos gerido pelo banco bom e pelo banco mau, este último a manter a designação de BES.

Em função do comunicado, a Euronext Lisbon decidiu a retirada do BES do PSI 20, com um valor de zero, o que tem efeitos apenas para a contabilização do valor do índice.

Tal como aconteceu com as da ESFG, também do universo Espírito Santo, as acções do BES vão continuar suspensas até uma decisão final sobre a muito provável saída definitiva de bolsa.

O cenário, admitido pelo próprio Banco de Portugal, é de que o BES venha a entrar num processo de liquidação.

A saída de bolsa não implica a imediata perda de qualidade de sociedade aberta, dado que a alteração desse estatuto terá de ser aprovada pelos accionistas, em assembleia geral.

O comunicado do Novo Banco, publicado no site da CMVM, na secção de comunicados, esteve na base da decisão da CMVM de levantar a suspensão de negociação de um número alargado de obrigações do BES, bem como de duas emissões de obrigações emitidas pela Tranquilidade Vida e outras duas pelo BESI.

Estes produtos, que ascendem a mais de 50, ficam no domínio do Novo Banco.

Com a retirada do BES do PSI 20, o principal índice da bolsa de Lisboa fica reduzido a 18 elementos, dado que já tinha sido expulsa a ESFG, que se encontra em gestão controlada, no Luxemburgo.

A situação pode, no entanto, sofrer alterações brevemente, dado que a revisão trimestral da carteira do PSI 20 ocorre durante o mês de Agosto e entra em vigor em Setembro.

Actualmente, ainda não são conhecidas as duas empresas que podem ser “promovidas” ao PSI 20, sendo que não é de excluir que o índice fique reduzido a 19 ou mesmo 18 títulos, o mínimo exigido, se nenhuma das cotadas no índice geral cumprir os critérios fixados para a integração no benchmark da bolsa nacional.

Antes da derrocada do valor das acções, o BES, que era o maior banco privado nacional, apresentava uma das capitalizações bolsistas mais elevadas da bolsa portuguesa.

A suspensão das acções aconteceu na passada sexta-feira, depois de terem atingido um novo mínimo histórico de 0,105 euros.

No último domingo, o Banco de Portugal ter decidido dividir o BES em dois, com a criação de um banco bom, denominado de Novo Banco, que foi capitalizado em 4900 milhões de euros e assumiu as responsabilidades de retalho do BES, ou seja, depósitos, empréstimos e outros produtos financeiros subscritos por particulares e empresas.

Foi ainda criado um banco mau, que mantém a denominação de BES, e que agrega todas os activos tóxicos ou problemáticos.