Republicanos querem acelerar deportações, Obama ameaça agir sozinho

Mais de meio milhão de crianças e jovens estão retidos em território norte-americano enquanto a reforma da lei da imigração não avança.

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Os republicanos acusam Obama de decidir sem dialogar Larry Downing/Reuters

A batalha entre o Partido Republicano e o Presidente dos EUA pode conhecer um novo e importante desenvolvimento, depois de Barack Obama ter dado a entender que vai resolver o impasse sobre o programa de deportação de imigrantes sem a aprovação do Congresso.

Depois de terem ultrapassado divergências internas, os republicanos votaram na Câmara dos Representantes duas propostas de lei que prevêem o reforço da perseguição às pessoas que tentam entrar nos Estados Unidos sem autorização e a retirada do poder ao Presidente norte-americano para decidir que alguns desses imigrantes podem permanecer em abrigos, sem serem imediatamente deportados.

As propostas não têm grandes hipóteses de sucesso devido à oposição da Casa Branca e da maioria do Partido Democrata, mas serviram para pôr Barack Obama a ameaçar resolver o assunto directamente, no auge de uma campanha do Partido Republicano para colar o Presidente dos EUA à imagem de um líder que decide sem dialogar.

Numa conferência de imprensa após o anúncio do resultado da votação na Câmara dos Representantes (223-189), Obama afirmou que a proposta dos republicanos é "extrema e inexequível", e foi claro no caminho que pretende seguir: "Os republicanos da Câmara dos Representantes sugeriram que eu devo agir por iniciativa própria para resolver o problema, já que não esperam aprovar uma lei que eu possa promulgar."

Se as propostas do Partido Republicano chegassem a transformar-se em leis, as autoridades norte-americanas seriam dotadas de mais meios financeiros para deportarem imigrantes, uma política rejeitada por Barack Obama, cuja postura tem impedido a deportação de pelo menos meio milhão de crianças e jovens que tentaram entrar no país. O objectivo da Casa Branca é também obter mais fundos, mas para o programa instituído em 2012 que levou ao adiamento de deportações enquanto a reforma da lei da imigração não avança.

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