MP arquiva investigação a dois administradores no caso BES Vida acusados de insider trading

Segundo o Expresso, José Maria Ricciardi continua a ser suspeito num outro caso, o da privatização da EDP e da REN.

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José Maria Ricciardi, presidente do BESI, do grupo BES. Daniel Rocha

O Ministério Público (MP) arquivou o processo contra dois ex-administradores com assento na Comissão Executiva do Banco Espírito Santo (BES), por inexistência de irregularidades na participação na venda de acções da EDP do BES Vida ao BES, em 2008.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), que não revelou a identidade dos dois administradores, disse esta terça-feira à agência Lusa que a investigação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, iniciada em Novembro de 2012, não encontrou "indícios suficientes da sua participação nos factos".

Segundo o Diário Económico, José Maria Ricciardi e Amílcar Morais Pires, constituídos arguidos em 2013, são os dois administradores do BES visados nas queixas de insider trading, que consiste na realização de negócios tendo por base informação privilegiada.

Entrentato, segundo o Expresso, José Maria Ricciardi  "ainda continua a ser suspeito num outro caso, o da privatização da EDP e da REN".

A investigação ao caso EDP/REN surgiu na sequência do caso Monte Branco, relativa a suspeitas de branqueamento de capital, fraude fiscal e abuso de informação privilegiada. Ricciardi foi "apanhado em várias escutas telefónicas pelos procuradores do DCIAP", refere o semanário.

Acusação contra três elementos
No caso da investigação da BES Vida, o MP proferiu acusação contra três elementos do Departamento Financeiro, Mercados e Estudos do Banco Espírito Santo (BES), pela prática de um crime de abuso de informação em co-autoria.

O ilícito prende-se "com a realização de operações para a carteira própria do BES, em acções EDP, e em que figuraram como contrapartes a BES Vida e o Credit Suisse, nos dias 23, 24, 29, 30 e 31 de Janeiro de 2008".

As operações "assentaram em conhecimento de informação privilegiada relativa à EDP, a qual apenas viria a ser tornada pública após o fecho do mercado bolsista de 28 de Janeiro de 2008".

"Nos termos da acusação foram obtidas mais-valias para a carteira própria do BES no valor de 5.951.400 euros, com a prática do ilícito, razão pela qual o MP requer que esse montante seja declarado perdido a favor do Estado", refere a PGR.

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