Bienal de Guimarães quer recuperar a arte têxtil

Cinquenta criadores mostram as suas propostas em vários espaços da cidade.

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A exposição Fiber Futures – Japan’s Textile Pioneers estará no Palacete de S. Tiago

Chama-se Emergência e o assunto é tratado dessa forma: “Queremos incentivar as escolas a não abandonar o têxtil." Ao perceber o protagonismo cada vez mais estreito dessa forma de expressão no ensino artístico em Portugal, a Contextile – Bienal de Arte Têxtil Contemporânea de Guimarães chamou as escolas Soares dos Reis (Porto) e António Arroio (Lisboa) e a Faculdade de Belas-Artes do Porto e lançou-lhes o desafio de organizar uma exposição de trabalhos de artes têxtil dos seus alunos.

Desse modo, os estudantes foram postos em contacto com o têxtil, que pode ser “matéria ou referência dentro de criação artística contemporânea”, defende Joaquim Pinheiro, director da bienal, que começa amanhã em vários espaços culturais de Guimarães. A exposição Emergência – que tem lugar no Instituto do Design da Universidade do Minho do bairro de Couros – é uma das novidades do certame, que quer devolver o protagonismo à arte têxtil depois de nos últimos anos “esta ter andado um bocado esquecida” em Portugal.

Ainda assim, os artistas nacionais responderam positivamente à chamada para a segunda edição da Contextile, apresentando 51 candidaturas à mostra competitiva da bienal que decorre até 11 de Outubro. Foram escolhidos seis portugueses, entre os 50 criadores seleccionados pelo júri entre as mais de 260 propostas recebidas – um crescimento de participação de cerca de 15% face à primeira edição  que decorreu em 2012, no âmbito da Capital Europeia da Cultura. As obras da mostra competitiva poderão ser visitadas na Casa da Memória e o melhor trabalho a concurso receberá um prémio de aquisição, patrocinado pela autarquia local.

No palacete de S. Tiago – que acolhe a extensão do Museu de Alberto Sampaio, inaugurada depois de dois anos de diferendo entre a autarquia e a Secretaria de Estado da Cultura – poderá ser visto um dos grandes atractivos do programa da Contextile, a exposição Fiber Futures – Japan’s Textile Pioneeers. A mostra é constituída por 35 obras de artistas que são pioneiros na criação de arte com as chamadas “fibras do futuro”, usando, por exemplo, pasta de papel ou fibras sintéticas, mas também cânhamo ou cortiça. A escolha das peças foi feita pela International Textile Network Japan e a passagem por Guimarães está integrada numa itinerância internacional começada em 2011, e que se estende até ao próximo ano, com passagens por museus de São Francisco, Paris e Madrid, por exemplo.

Além do Japão, a bienal de arte têxtil contemporânea de Guimarães convida artistas de outros três países para esta segunda edição. Lituânia, Estónia e Espanha vão mostrar uma selecção de alguns dos principais criadores contemporâneos que utilizam o têxtil como suporte para os seus trabalhos.

 

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