António José Seguro "preocupadíssimo" com arquivo de Siza

Líder do PS lembra que o arquitecto "é património de Portugal".

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O Pavilhão Multiusos de Gondomar foi desenhado por Álvaro Siza Paulo Pimenta

O secretário-geral do PS, António José Seguro, manifestou esta sexta-feira, em Gondomar, enorme preocupação com a possibilidade de o espólio de Siza Vieira sair de Portugal, considerando que devem ser movimentadas todas as disponibilidades entre Governo e autarquias para evitar essa saída.

No decorrer de uma sessão da campanha interna do PS para as primárias, realizada nos Paços do Concelho daquele cidade do concelho do Porto, Seguro adiantou que já pediu – e tem agendada para a próxima quarta-feira – uma reunião com o arquitecto, sublinhando que “é nossa responsabilidade fazer tudo para que esse espólio fique em Portugal".

O líder socialista disse ter ficado "preocupadíssimo" quando leu nos jornais que havia essa possibilidade de o espólio de Siza Vieira vir a sair do país, sublinhando que o arquitecto "é património" de Portugal.

"E fiquei satisfeito por ouvir o senhor presidente da Câmara de Gondomar dizer que tem espaço no concelho para que parte desse espólio possa ficar no nosso país. Como é sabido, há um pavilhão multiusos – que foi, aliás, obra de Siza Vieira – que tem espaço e portanto essa pode ser uma solução", disse Seguro.

O líder do PS foi peremptório: "Não podemos é cruzar os braços quando há uma notícia a dizer que o espólio pode sair do nosso país e ir para o Canadá".

No mesmo sentido se manifestou, também esta sexta-feira, a Federação Distrital do Porto deste partido, que considera a eventual perda do arquivo de Siza "uma informação arrepiante para o nosso património colectivo".

A distrital portuense do PS diz não compreender que "o Governo permita a saída de um património que é de todos e que, por inacção, inabilidade ou omissão assista a um processo de alienação de parte da nossa identidade".

Em comunicado, esta estrutura socialista considera ainda que, "isoladamente, a Câmara de Matosinhos terá muitas dificuldades em conseguir levar para a frente o desafio da construção da Casa da Arquitectura", e lembra que a salvaguarda dos acervos de Siza e de outros arquitectos, como Eduardo Souto de Moura, "é um assunto de relevância nacional".

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