Brasil com futuro é o Brasil do passado

A goleada da Alemanha foi uma máquina do tempo que atirou o Brasil de volta a 1957. Para o tempo em que os brasileiros não acreditavam na vitória e olhavam com inveja para a frieza e disciplina de alemães, soviéticos e checos.

Um ano depois, no Mundial da Suécia, os brasileiros descobriram que à prisão da disciplina alemã, soviética e checa só se escapava com números de ilusionismo, escondidos no génio de Pelé e na alegria de Garrincha.

Nas décadas seguintes, a montanha de gelo europeia foi-se desfazendo sob o calor tórrido dos brasileiros. Ou melhor: sob aquele calor tórrido daqueles brasileiros.

Se o fracasso da sublime selecção de Zico, Sócrates e Falcão em 1982 ditou a morte da magia criada pelo génio de Pelé e pela alegria de Garrincha, então a humilhação de terça-feira em Belo Horizonte deveria marcar o regresso àquilo que só os brasileiros podem fazer: voltarem a ser aqueles brasileiros outra vez.

A verdade é esta: o Brasil de hoje não precisa só de Neymar; precisa de ser novamente descoberto pelos próprios brasileiros.

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