Hospital de Santa Maria vai ter urgências profissionalizadas

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O ministro discute hoje em Santa Maria as alterações ao funcionamento das urgências Luís Ramos

A urgência do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vai passar a ser assegurada por equipas exclusivas que, durante um período de tempo ainda por estabelecer, garantirão o atendimento das cerca de 700 pessoas que diariamente ali afluem.

A novidade, que foi avançada à Lusa pelo director clínico deste hospital, Correia da Cunha, não fica por aqui. O novo modelo de urgências, sobre o qual o ministro da Saúde e a direcção do hospital irão hoje debruçar-se, irá aplicar o Protocolo de Manchester na triagem dos doentes.

O protocolo identifica a prioridade clínica do doente e define o tempo recomendado até à sua observação pelo médico. Ou seja, consoante a gravidade do caso que leva o doente ao hospital, assim será o tempo que terá de esperar para ser atendido. O método visa definir com clareza a prioridade a estabelecer aos doentes que chegam à urgência.

Para Correia da Cunha, o importante em mudanças como esta - elaborada pelo hospital e proposta no início de Julho ao ministro da Saúde - é que o sistema a adoptar "seja sustentável". Daí que os grupos de profissionais que passarão a assegurar as urgências no Hospital de Santa Maria não fiquem, à partida, vinculados definitivamente a este serviço, o que conduziria a "um grande desgaste".

Para a definição do tempo de serviço de cada equipa, Correia da Cunha salienta que há que ter em conta as características do Hospital de Santa Maria, que não se assemelha a nenhum outro em Lisboa e, provavelmente, do país. Entre elas, a distribuição geográfica dos três serviços de urgência existentes, todos localizados no mesmo edifício.

Por dia, o Hospital de Santa Maria atende na urgência pediátrica entre cem a 150 crianças, 40 a 60 mulheres no serviço de urgência obstétrica e entre 450 e 600 na urgência central de adultos. Ao todo, passam diariamente pelas urgências entre 600 a 700 pessoas. A urgência é, aliás, a porta de entrada de 76 por cento dos 40 mil doentes que, todos os anos, são internados no Santa Maria.

Correia da Cunha salienta outros números expressivos da dimensão desta unidade de saúde: "Das horas de médicos que o hospital despende, quase metade são dedicadas à urgência". Ou seja, "a urgência é um elemento nuclear deste hospital".

As alterações nas urgências do Santa Maria seguem-se às mudanças anunciadas no passado dia 10 para o Hospital de São João, no Porto, que programou para o final do Verão o arranque de um novo modelo de urgência profissionalizada.

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