Massa crítica da PSP “não permite assegurar equilíbrio entre necessidades e disponibilidades”, diz director nacional

Para Passos Coelho, o “ambiente de segurança” vivido em Portugal deve-se à forma como as forças de segurança actuam

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Nuno Ferreira Santos

O director nacional da PSP, Luís Farinha, diz que a “massa crítica” da corporação “não permite assegurar o equilíbrio entre as necessidades e as disponibilidades” da polícia. O dirigente da PSP, que falava perante o primeiro-ministro, Passos Coelho, e o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, na cerimónia de comemoração dos 147 anos de existência da polícia, defendeu a chamada mitigação do paradigma da mão-de-obra intensiva, uma aspiração que passa por aumentar o investimento da corporação em tecnologia, permitindo a passagem de mais agentes à pré-reforma.

Segundo as grandes opções estratégicas da PSP para o período entre 2013 e 2016, a partir dos 50 anos os polícias começam a entrar numa curva descendente de produtividade, fruto do elevado desgaste a que estão sujeitos, “começando a acusar as mazelas acumuladas ao longo dos anos sob a forma de problemas mais ou menos graves do ponto de vista físico e mental, que os arrastam para elevadas taxas de absentismo e incontáveis gastos com tratamentos de saúde”. A ideia é ter menos efectivos ao serviço mas melhor qualificados, mais bem pagos e com melhores condições de trabalho.

Já para o primeiro-ministro, o “ambiente de segurança” vivido em Portugal deve-se à forma como as forças de segurança actuam, destacando o trabalho desempenhado pela PSP. “Se temos hoje um ambiente de segurança, como aquele que se sente e que nos distingue dos outros países, isso deve-se também à forma como os profissionais de segurança actuam”, disse aos jornalistas .

Passos Coelho adiantou que “Portugal é seguramente o país com melhores indicadores de segurança ao nível europeu e no mundo”, devendo-se à cultura portuguesa e à forma como a sociedade se organiza, mas também ao “grande profissionalismo que esta força de segurança vem exibindo”. Destacando “os serviços relevantes” prestados pela PSP, Passos Coelho prestou “o enorme reconhecimento pelo trabalho que desempenham” os agentes.

Também o ministro da Administração Interna destacou o “trabalho, empenho, competência e eficácia” da PSP, apesar dos constrangimentos. No seu discurso, Miguel Macedo dirigiu “uma palavra de motivação a todos os que prestam serviço na PSP”, sublinhando que “garantir o prestígio da Polícia é uma exigência diária que compete a todos aqueles que servem na PSP”.

“A maturidade democrática do país e a crescente exigência dos cidadãos intensificou o escrutínio da actividade policial , pelo que a conduta dos homens e mulheres que prestam serviço na PSP é determinante para a boa imagem da instituição”, disse, acrescentando que uma polícia “prestigiada, disciplinada, comprometida com a sua missão e respeitada pelos cidadãos é merecedora do mais elevado apreço, reconhecimento e gratidão”. O governante manifestou ter consciência das “dificuldades, e até incompreensões”, com que são confrontados diariamente os profissionais da PSP no exercício da sua missão.

“Mas sabemos igualmente que as competências adquiridas permitem que o vosso desempenho seja pautado pela isenção, proporcionalidade, ponderação, firmeza e respeito pela legalidade”, disse ainda.

Durante a cerimónia de aniversário da PSP, que decorreu nas instalações da direcção nacional da Polícia, em Lisboa, foram ainda condecorados 12 polícias com o prémio de segurança pública, distinção que reconhece o trabalho desenvolvido no decorrer da sua missão.

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