À mesa com Moreira, Capucho e Carmona, Marco Almeida defende primárias no PSD e CDS

Presidente da Câmara do Porto aproveitou o encontro em Sintra para dizer que chegou o momento da cidadania. Os independentes são um "suplemento da alma dos partidos".

Foto
Os quatro independentes lancharam esta segunda-feira em Sintra Enric Vives-Rubio

O caminho pode ser duro, mas os apoiantes de Marco Almeida são de peso. As inscrições de Miguel Torga nas paredes da sede do movimento Sintrenses com Marco Almeida servem de moldura aos três convidados que o anfitrião trouxe esta segunda-feira até Agualva-Cacém. Rui Moreira, António Capucho e Carmona Rodrigues são um trio de “coragem” que serve de inspiração a Marco Almeida até 2017, altura em que voltará a candidatar-se à presidência da Câmara de Sintra.

As inscrições de Torga dão o empurrão para a dureza dos próximos três anos: “Os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade”; “Enquanto não alcances, não descanses”.

O ex-candidato à Câmara  de Sintra, expulso entretanto do PSD contra o qual se candidatou nas autárquicas de Setembro, que deram a vitória ao PS no concelho, convidou os três independentes para lanchar travesseiros em Sintra. Com uma ideia firme: "Os partidos do arco da governação vão ter de seguir as primárias, se não perdem o comboio. Não há democracia sem partidos, mas há novas formas de fazer política".

À mesa do café, os quatro conversaram sobre eleições primárias, que Almeida defende com convicção, mas que António Capucho vê como “um malabarismo”, referindo-se ao processo em curso no PS. Primárias para escolher o presidente da câmara fariam mais sentido, argumenta Capucho, o fundador do PSD expulso do partido depois de apoiar Marco Almeida na corrida ganha (por 1%) por Basílio Horta, o actual presidente da Câmara de Sintra.

A Rui Moreira, o independente que conquistou a Câmara do Porto com o apoio do CDS, as eleições directas “não entusiasmam muito". "São uma solução de recurso: nada têm de estratégico, têm de táctico.”

De Carmona Rodrigues, que também preconizou uma candidatura independente a Lisboa, mas em 2005, Marco Almeida “recebe conselhos”. Mas o ex-presidente da câmara da capital não tem “muita vontade de voltar à política” nem anda à procura de uma oportunidade. Concordam todos com uma reforma da lei eleitoral autárquica, coincidem na avaliação que fazem das dificuldades das candidaturas independentes e riem em conjunto quando questionados sobre a possibilidade de formarem um partido, dada a proximidade ideológica entre si.

Resolvido o lanche, esperava-os a inauguração da sede do movimento, onde Rui Moreira foi o convidado eleito para discursar aos apoiantes depois de Marco Almeida. ”Eu quero seguir as pisadas de Rui Moreira, com toda a humildade”, disse Marco Almeida antes de passar o microfone ao autarca do Porto e já depois de prometer que se baterá para ganhar o concelho em 2017.

O presidente da segunda maior câmara do país acredita que o que fizer no Porto terá impacto no país e que as próximas eleiçõeslocais terão resultados diferentes para os independentes. “Mais cidadãos vão acreditar que os cidadãos podem governar as cidades”. Eles, os independentes, são assim como uma espécie de “suplemento” dos partidos, diz Rui Moreira. “Não podemos ser pessimistas, temos de acreditar que chegou o momento da cidadania. Temos muito respeito pelo trabalho dos partidos, eles lá estarão, mas é preciso um suplemento. Nós somos o suplemento da alma dos partidos”.

Sugerir correcção
Comentar