Número de cartões de crédito diminuiu 35% em 2013

Transferências para cartões de débito justificam a queda. Número de cartões crédito baixou para os 5,9 milhões.

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O valor médio das transferências a crédito manteve-se estável Nelson Garrido

A utilização de cheques há muito está em queda, mas este não é o único meio de pagamento em mudança. O número de cartões de crédito activos caiu 35,6% no ano passado, por causa do grande número de transferências na emissão de cartões (os que antes eram emitidos como cartões de crédito – de débito diferido – são agora classificados como cartões de débito).

Segundo o relatório dos sistemas de pagamento de 2013, publicado nesta segunda-feira pelo Banco de Portugal, esta mudança levou a um aumento de 32,1% no número de cartões de débito activos. A transferência aconteceu depois da intervenção do supervisor bancário como forma de garantir “uma maior transparência” no registo, na classificação e no processamento dos cartões, refere o documento.

Com a mudança, os cartões de débito passaram de 10,2 milhões para 13,5 milhões, enquanto os de crédito estão agora nos 5,9 milhões, contra 9,2 milhões em 2012.

O valor médio por transferência a crédito manteve-se estável. Se, em 2012, o montante era de 1221,6 euros, no ano passado, a média subiu apenas três euros (0,2%), para 1224,6 euros. Já nos débitos directos, a transacção média foi de 130 euros em 2013, quando no ano anterior estava em 135,9 euros, uma diferença de 5,9 euros que equivale a uma queda de 4,3%.

Enquanto as transferências a crédito atingiram os 140 mil milhões de euros no conjunto do ano – sendo as que mais cresceram (6,2% em relação a 2012) –, os débitos directos ascenderam a 18.400 milhões de euros, aumentando 1,4% em relação ao ano anterior.

Em queda continua a utilização de cheques. A diminuição aconteceu tanto na quantidade utilizada, como no montante global transaccionado, com descidas de 14,4% e 13%, respectivamente. O número de cheques liquidados caiu para 56.518 milhões, com o montante associado a ficar-se pelos 119.902 milhões de euros.

Mas se os cheques se tornaram menos comuns para pagamentos de montantes mais baixos, nas operações de valor mais elevado o uso do cheque continua “relativamente estável”. Ao todo, o valor médio dos pagamentos foi de 1318,3 euros. Não só aumentou 21,5 euros (1,7%) face ao ano anterior, como voltou a ficar acima (93,7 euros) do montante médio das transferências a crédito.

Acompanhando a tendência de diminuição do número de cheques, baixou também o número de entidades que fazem parte da lista de utilizadores de “cheques que oferecem risco” (a diminuição foi de 23% em relação a 2012).

Mais dinheiro levantado no multibanco

As compras e os levantamentos registados nas operações de multibanco (as transacções realizadas nos terminais de pagamento automático e nas caixas automáticas, ATM) acompanharam o ritmo de abrandamento da queda do consumo privado.

Mas se depois de dois anos em contracção os levantamentos nacionais voltaram a aumentar, as compras continuaram em queda. Os portugueses levantaram nas caixas automáticas 25.413 milhões de euros (mais 0,3% do que em 2012) e efectuaram compras no valor de 27.074 milhões (uma variação de 0,2%).

Tal como nos anos anteriores, tanto os levantamentos como as compras internacionais foram “muito superiores” aos levantamentos e compras de portugueses no estrangeiro – tanto mais num ano em que a presença de turistas estrangeiros voltou a crescer, com o número de estadias a subir 8%, para 29,4 milhões em 2013.

Os portugueses realizaram 1129 milhões de euros em compras com cartão no estrangeiro, quando, no caso dos estrangeiros que visitaram Portugal, o valor das compras ascendeu a 2132 milhões de euros.

 

 

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