Seguro avisa que não se candidatou à liderança do PS para “jogos de poder”

O secretário-geral diz também que "não há heróis" no partido e lamenta a candidatura de António Costa quando já "tinha a meta à frente". Seguro não quer formar um "um governozinho ou um governo de turno".

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António José Seguro Daniel Rocha

O secretário-geral do PS, António José Seguro, disse esta sexta-feira à noite em Coimbra que "se fosse por jogos de poder" não se tinha "disponibilizado para ser candidato a secretário-geral do partido", há três anos.

Seguro referiu-se às questões internas do partido, cuja liderança está a ser disputada agora por António Costa, quando discursava num comício naquela cidade. "Quando tínhamos a meta à vista aconteceu isto [candidatura de António Costa à liderança do PS]. Sinto que juntos teremos a força para dar a volta a isto. E isto não é só o que nos aconteceu no partido. É fazer do nosso país aquilo que nunca foi feito", realçou.

Para o líder socialista, “não há heróis” no partido. “Somos todos republicanos, homens e mulheres, com a mesma dimensão, com o mesmo valor e com a mesma capacidade", defendeu.

Seguro acrescentou que não pretende formar "um governozinho ou um governo de turno", rejeitando ser "um primeiro-ministro de ouvido", mas "de projecto".

Carlos Silva, líder da UGT, presente no comício, afirmou que "o que aconteceu no último mês põe uma clara dúvida aos portugueses", considerando que a candidatura de António Costa à liderança do PS "é um ataque às bases do partido", uma vez que o actual secretário-geral foi "eleito em directas", com os votos dos militantes. O país "precisa de um PS unido e coeso", defendeu Carlos Silva.

Também Manuel Machado, presidente da Câmara de Coimbra e da Associação Nacional de Municípios Portugueses, esteve presente no comício, salientando a importância dos resultados das autárquicas e europeias, afirmando que estes "evidenciam o contrário do que alguns pretendem fazer crer". "Não nos tolham o caminho já feito", exigiu Manuel Machado, defendendo que "tanta energia bem empreendida" não pode agora "ser desperdiçada".

António José Seguro falava num comício com militantes e simpatizantes do PS no Pavilhão Centro de Portugal, que se realizou esta noite, onde também discursaram Luís Antunes, autarca da Lousã, Emílio Torrão, presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, José Carlos Alexandrino, presidente do município de Oliveira do Hospital, Mário Jorge, presidente da Câmara de Soure, Nuno Moita, autarca de Condeixa-a-Nova e Pedro Coimbra, líder da distrital do PS.

Direita “nunca conseguirá” desmantelar Estado Social com revisão constitucional

Seguro garantiu ainda que a direita "nunca conseguirá fazer" uma revisão constitucional para "desmantelar" o Estado Social. A direita "nunca desistiu de tentar" fazer "uma revisão constitucional para diminuir os direitos dos trabalhadores ou para desmantelar o Estado Social, que está na nossa Constituição", afirmou assegurando que essa revisão "nunca passará". "Sempre defendemos a economia de mercado, mas nunca uma sociedade de mercado", salientou ainda António José Seguro.

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