A incerteza é a única constante nos “onze” de Jürgen Klinsmann

O raio x aos Estados Unidos, o próximo adversário de Portugal no Mundial 2014.

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Klinsmann construiu uma selecção dos EUA muito aguerrida Brian Snyder/Reuters

Jürgen Klinsmann não é propriamente um adepto da estabilidade no “onze” titular dos EUA, apesar de já ter criado uma espinha dorsal de confiança na equipa. Em quase todos os jogos, o alemão promoveu alterações e experimentalismos tácticos com melhores ou piores resultados exibicionais.

O 4-2-3-1 começou por ser o seu sistema preferencial, mas tem apostado no 4-4-2 mais recentemente. Foi assim no jogo de estreia no Brasil, na última terça-feira, frente ao Gana (vitória por 2-1) e em algumas partidas de preparação que antecederam o Mundial. Apesar do seleccionador afirmar constantemente que pretende montar uma formação que privilegie posse de bola, velocidade de circulação e pressão intensa, a verdade é que o conjunto norte-americano, com escassas excepções, continua a ter no contra-ataque a sua arma mais eficaz.

Baliza - Howard firme entre os postes
Primeira escolha na equipa dos EUA desde 2007, o veterano Tim Howard é uma presença segura entre os postes, como já o fora no Mundial da África do Sul há quatro anos. Após 11 temporadas na Premier League, primeiro no Manchester United e desde 2006 com as cores do Everton, o guarda-redes continua a ser, aos 35 anos, sinónimo de experiência e solidez. Na sua sombra está Brad Guzan, outro “residente” do campeonato inglês, ao serviço do Aston Villa.

Defesa - As principais dores de cabeça
O sector mais recuado tem sido a principal fonte de preocupações para Klinsmann e onde promove inesgotáveis e criativas adaptações. Com Omar Gonzalez fora de forma, foi chamado Geoff Cameron para a zona central frente aos ganeses. Um polivalente que joga também no meio campo ou no lado direito da defesa. Ao seu lado, Matt Besler tem sido a opção possível, garantindo um jogo simples, mas com pouco brilhantismo. Nas alas, o ex-extremo DeMarcus Beasley, acrescenta alguma qualidade técnica à esquerda, enquanto no lado contrário foi adaptado o versátil Fabian Johnson, um dos alemães naturalizados da equipa, em detrimento de Timmy Chandler ou de DeAndre Yedlin.

Meio-campo - O indispensável Bradley
No meio campo defensivo, Jermaine Jones, um dos alemães naturalizados da equipa, acrescenta uma agressividade suplementar (e por vezes excessiva), para além de ser um dos elementos em quem Klinsmann mais confia. Na partida de estreia no Brasil alinhou mais adiantado, descaído na esquerda, onde costuma também conviver Fabian Johnson. Kyle Beckerman ocupou os terrenos que Jones normalmente pisa. Os dois poderão juntar-se à frente da defesa contra Portugal. Alejandro Bedoya e Graham Zusi concorrem pelo lado direito do sector intermédio, tendo sido o primeiro a iniciar a partida com o Gana. Cativo é o lugar de Michael Bradley no centro do terreno. Filho de Bob Bradley, o antecessor de Klinsmann no banco dos EUA, é uma fonte inesgotável de energia, a que junta inteligência, visão de jogo e qualidade de passe. Actuando nas costas dos avançados ou um pouco mais recuado, é um elemento essencial da manobra ofensiva.

Ataque - O fulminante Dempsey
Com o lendário Landon Donovan excluído do Mundial, Jozy Altidore e Clint Dempsey têm pouca concorrência no ataque. Este último apontou no Brasil o quinto golo mais rápido na história dos mundiais, marcado 28 segundos após o apito inicial do jogo do Arena das Dunas, a concluir uma bela jogada individual. Altidore lesionou-se e está fora da partida com Portugal. Aron Johannsson poderá ser o seu substituto, como aconteceu na terça-feira, mas a exibição fraca no tempo que esteve em jogo, poderá abrir o lugar a Chris Wondolowski. O jovem Julian Green, dos quadros do Bayern Munique, com 19 anos recentes, é outra opção, ainda que menos provável. Em Manaus, o treinador germânico poderá ainda apostar em fazer alinhar apenas um jogador no ataque, reforçando Dempsey o meio-campo.

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