Sequóia morta do Jardim do Carregal vai ser substituída por outra

Abate da sequóia-gigante está agendado para o período entre 1 e 4 de Julho.

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Imagem da árvore em 2004, quando decorriam as obras do túnel de Ceuta sob o jardim DR

A sequóia-gigante do Jardim do Carregal, no Porto, que morreu há vários anos, vai ser abatida no início de Julho. A importância da árvore – só dois outros exemplares desta espécie na cidade – levou a Câmara do Porto a associar esta decisão a um conjunto de intervenções artísticas. A árvore morta será substituída por outra da mesma espécie.

O município já admitira, em Novembro de 2013, que a sequóia do Carregal iria ser abatida. Na altura, o tema foi levado por um cidadão à reunião do executivo e o vereador do Ambiente, Filipe Araújo, explicou:  “A árvore vai ser abatida, mas é de interesse patrimonial grande, está classificada e estamos a celebrar um protocolo com uma instituição universitária para criarmos ali um projecto de memória deste exemplar”, explicou.

O abate está agendado para o período entre 1 e 4 de Julho, mas já a partir desta sexta-feira vai começar o “projecto artístico” concebido pela autarquia – através do pelouro da Inovação e da empresa municipal Porto Lazer e pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (através do mestrado em Arte e Design para o Espaço Público) – com o intuito de “dar destaque à vida daquele emblemático exemplar”, refere o município num comunicado a que o PÚBLICO teve acesso.

Antes do abate, estão previstas uma série de intervenções de carácter temporário, que visam directamente os utilizadores do jardim, além do workshop “Uma Árvore Nunca é só uma Árvore” e a instalação de quatro intervenções artísticas no âmbito do festival Corpo+Cidade. A galeria Painel também se associa a esta iniciativa, com uma exposição cuja inauguração está marcada para esta sexta-feira.

Após o abate, a exposição da galeria Painel vai ser alterada, para “albergar simbolicamente a própria árvore e o documentário do seu abate, bem como vários trabalhos” dos alunos da FBAUP, acrescenta a autarquia. O conjunto de intervenções e exposição designado Soft Monuments, que conta com a participação do Balleteatro, vai estender-se também ao Jardim do Carregal.

A câmara pretende ainda que o próprio processo de abate seja “participado” e pretende utilizar a madeira proveniente da sequóia-gigante para a construção de “um elemento simbólico”, que não deixe apagar a memória da árvore.

A sequóia-gigante (Sequoiadendron giganteum) do Jardim do Carregal tem 115 anos e mais de 18 metros de altura. O mau estado de conservação da árvore já era documentada em 2004, pelos participantes do blogue Dias com Árvores, mas só dez anos depois é que o exemplar deverá ser retirado do local.

Em Novembro, Paulo Ventura Araújo, um dos autores do livro Um Porto de Árvores, dizia ao PÚBLICO que as sequóias-gigantes não se davam particularmente bem na cidade. “O que me parece é que é uma árvore que não resulta muito bem em meio urbano ou no nosso clima. São das maiores do planeta e os exemplares que cá temos são muito mirrados. Elas não estão bem, as condições não são as melhores”, dizia. Ainda assim, a câmara prevê plantar uma nova sequóia-gigante no Carregal

Os outros dois exemplares que existem na cidade do Porto estão no Jardim da Cordoaria e no Parque de Serralves.

 

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