Banana geneticamente enriquecida em precursores da vitamina A testada em humanos

Se os resultados forem positivos, esta fruta poderá salvar um dia a visão e a vida de milhões de pessoas.

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Na África Oriental, a banana é um alimento de base DR

Os primeiros ensaios clínicos de uma banana geneticamente enriquecida em carotenos alfa e beta, compostos que o organismo humano converte em vitamina A, irão ser em breve realizados nos Estados Unidos no âmbito de um projecto financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, noticiou a agência AFP.

Segundo o diário Guardian, cerca de dez quilos destas “super-bananas”, cujo genoma foi modificado por cientistas australianos e ugandeses liderados por James Dale, da Universidade de Tecnologia de Queensland (Austrália), já foram enviadas para a Universidade Estadual do Iowa, nos EUA. Aí, os primeiros ensaios deverão durar seis semanas e permitir avaliar o efeito da alteração genética da fruta no aumento dos níveis de vitamina A em circulação no corpo humano.

O projecto foi lançado há nove anos e já custou uns dez milhões de dólares (cerca de 7,4 milhões de euros).

A deficiência em vitamina A é a principal causa de cegueira evitável nas crianças – e, nos países particularmente pobres de África Oriental, mata muitas delas antes dos seis anos de idade. “Por ano, 650 mil a 700 mil crianças no mundo morrem e pelo menos mais 300 mil cegam”, diz Dale, citado pelo diário britânico.

As bananas habitualmente consumidas naquela parte do mundo, onde constituem a base da alimentação de cerca de 70% da população, costumam ser muito pobres em nutrientes como o ferro e as pró-vitaminas A (os tais carotenos).

Os cientistas, que pensam ter resultados conclusivos já no fim deste ano, tencionam aumentar os níveis de pró-vitamina A nas bananas até ao nível mínimo de 20 microgramas por grama de peso seco. E esperam que a nova variedade venha a ser cultivada no Uganda até 2020 – e mais tarde, noutros países vizinhos.

As novas bananas são exteriormente idênticas às suas congéneres, mas a sua polpa é mais alaranjada. Porém, Dale acredita que isso não será um problema para os consumidores.

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