Romances há muito esperados, 25 de Abril e I Guerra

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A Mostra Espanha abre no dia 24 de Setembro, às 18h, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, na presença dos secretários de Estado dos dois países, com a entrega do Prémio Luso-Espanhol de Arte Cultura 2014 à escritora Lídia Jorge. Vasco Celio

Os 40 anos do 25 de Abril marcam a edição em Portugal. No ano de novos romances de Lídia Jorge, Lobo Antunes, Dulce Maria Cardoso e Luísa Costa Gomes. E haverá obras-primas como A Walk on the Wild Side ou os contos de Julio Cortázar pela primeira vez editados em Portugal

No ano em que se comemoram os 40 anos do 25 de Abril, haverá nas livrarias muitos livros dedicados ao tema. J. Rentes de Carvalho lança na Quetzal em Março A flor e a foice sobre o período revolucionário em Portugal. O fotojornalista Alfredo Cunha e o repórter Adelino Gomes editam Os Rapazes dos Tanques, com as fotos do dia da Revolução dos Cravos (Porto Editora). Haverá uma colectânea de poemas de Manuel Alegre, País de Abril, a antologia A História da Revolução coordenada por Raquel Varela (Bertrand) e Um Homem tem que Lutar, de Clara Pinto Correia (Clube do Autor) sobre a vida aventurosa de Manuel Jerónimo (Manel 25). E em Março, Lídia Jorge publica na D. Quixote Os Memoráveis, que nos traz protagonistas das últimas décadas em Portugal. O regresso, também, de Mário Cláudio, com Retrato de Rapaz, de Patrícia Portela com Wasteband (Caminho), de João Tordo, Domingos Amaral bem como de Luísa Costa Gomes que lançará o romance “Título” na D. Quixote em Junho – editora onde, em Outubro, sairá o novo de António Lobo Antunes, Caminho Como Uma Casa em Chamas.

O romance Vencedor do Prémio Leya 2013, Uma Outra Voz, de Gabriela Trindade Ruivo, sairá em Abril. E na Abysmo será publicado o novo de Paulo José Miranda, o primeiro Prémio Literário José Saramago – o autor vive no Brasil há anos; em Junho, António Cabrita regressa com uma viagem delirante ao universo de João César Monteiro; o terceiro romance da trilogia de Valério Romão, em torno da doença de Alzheimer, sairá na mesma editora em Setembro.

Na colecção de ficção de língua portuguesa da Tinta da China há novidades: em Janeiro, Hotel, de Paulo Varela Gomes; em Fevereiro, Tudo São Histórias de Amor, livro de contos de Dulce Maria Cardoso que no final do ano terá novo romance. Em Maio e Outubro sairão os números 3 e 4 da Granta e Mi Buenos Aires Querido, de Ernesto Schoo, autor publicado pela primeira vez em Portugal, sairá na Colecção de Literatura de Viagens de Carlos Vaz Marques. No centenário do nascimento de Julio Cortázar, a Cavalo de Ferro iniciará a publicação dos seus contos, ainda inéditos em Portugal: Gostamos tanto da Glenda (Março) e Armas Secretas + Final do Jogo (em Junho).

O romance Vidas Perdidas - A Walk on the Wild Side, de Nelson Algren (disse-lhe Ernest Hemingway: “Mr. Algren, boy, you are good”) sairá na Quetzal em Fevereiro. Considerado obra-prima do romance norte-americano (1956) será pela primeira vez publicado em Portugal. Conta a história de um rapaz do campo que foge de Hicksville, Texas, para procurar vida melhor em Nova Orleães durante a Depressão – terá sido inspiração para a canção de Lou Reed. Nelson Algren (1909-1981) escreveu contos, ensaios, livros de viagem, poemas e nove romances entre os quais O Homem do Braço de Ouro, primeiro National Book Award americano, editado pela Minerva nos anos 1960 e será também publicado em breve pela Quetzal. Na nota biográfica que acompanha Vidas Perdidas a editora descreve a vida de Algren como “uma sucessão de problemas com o jogo, casamentos desastrosos, intensos extremos que o levaram das prisões do Texas e das sopas dos pobres às festas e celebrações literárias de Hollywood.” E lembra que Algren teve também “um longo e passional envolvimento amoroso com a escritora francesa Simone de Beauvoir” que se inspirou nele para uma das personagens de Os Mandarins.

Também dos EUA chegam este ano às livrarias portuguesas, para além de Trama de Casamento, de Jeffrey Eugenides (D. Quixote, Março), Canadá de Richard Ford (Porto Editora). Prémio Femina 2013, foi considerado por John Banville como “a primeira obra-prima do século XXI”. Ford é o único autor que até agora mantém o recorde de ter recebido os prémios Pulitzer e Pen/Faulkner para uma mesma obra: Dia da Independência.

O prémio Gouncourt 2013, o romance histórico Au revoir là-haut, de Pierre Lemaitre, sairá este ano no Clube do Autor e tem como protagonistas dois soldados na I Guerra Mundial. Em tempo de efeméride a Porto Editora fará uma edição especial de A Primeira Guerra Mundial, do historiador John Keegan, com tradução das professoras Fernanda Rollo e Ana Paula Pires que escreverão um apêndice sobre a participação portuguesa no conflito. 

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