A viola celta de Jordi Savall

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Jordi Savall

A música irlandesa e escocesa dos séculos XVII a XIX nos Festivais Internacionais de Música de Leiria e da Madeira

Depois de uma passagem pelo Festival Primavera Musical de Castelo Branco no passado mês de Abril, com o programa "Oriente-Ocidente", Jordi Savall está de regresso a Portugal para mais dois concertos, desta vez retomando o repertório dos dois álbuns que dedicou à "Viola Celta" e acompanhado por outros dois músicos de eleição: Andrew Lawrence-King, o mais famoso harpista do universo da música antiga, e Frank McGuire, percussionista com um percurso na música tradicional e especialista na execução de bodhran (tambor irlandês). Amanhã, às 21h30, actuam no Festival Internacional de Música de Leiria (no Museu da Imagem em Movimento), e no domingo, às 18h, fazem o encerramento do Festival Internacional de Música da Madeira no Teatro Municipal Baltazar Dias, do Funchal.

O programa "A Viola Celta" reúne vertentes complementares, fundamentais no percurso de Jordi Savall: a combinação da tradição oral e da tradição escrita, bem como a abordagem de repertórios de fronteira entre o popular e o erudito. Na sequência de uma intensa pesquisa sobre manuscritos originais, o músico catalão selecionou uma série de peças de origem irlandesa e escocesa que datam dos séculos XVII a XIX, mas, em vez de usar o violino tradicional irlandês, transcreveu-as para viola da gamba soprano. O resultado tem grande sedução sonora e acentua os parentescos entre o repertório antigo e a música tradicional, mostrando ao mesmo tempo uma grande variedade de ambientes musicais: da mais intensa melancolia ao virtuosismo brilhante. Alguns puristas da "world music" manifestaram reservas à visão refinada de Savall desta música quando as gravações foram publicadas na Alia Vox, mas os eternos fãs do gambista e maestro catalão continuam a reagir com entusiasmo.

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