Vamos aprender a dizer Almada em norueguês e croata

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JOANNA BUTLER

Mulheres de Ibsen, produção do Visjoner Teater, chegará a Almada vindo da Noruega

As datas são as mesmas desde há anos, de 4 a 18 de Julho, e o Festival Internacional de Teatro de Almada, como sempre, dividir-se-á entre as duas margens do Tejo para três semanas de espectáculos que, nesta que será a sua 30.ª edição, têm latitudes fixadas no Norte e no Leste da Europa. Verdadeiras embaixadas mostrarão, a Leste, a vitalidade de um teatro que se quer político e comprometido mas, ao mesmo tempo, capaz de se libertar das amarras do comezinho quotidiano. E, do Norte, virão modos de reinventar a exposição dos sentimentos e as hierarquias sociais. Dois exemplos: Yellow Line, dos croatas Zagreb Youth Theatre, é mapa de um país a querer ser visto para lá do exotismo. Mulheres de Ibsen, do norueguês Visjoner Teater, é uma reformulação de paradigmas de representação do corpo profundamente perturbadora.

Do programa já anunciado, sabe-se ainda que Jorge Silva Melo assina Sala VIP na Culturgest - um texto de sua autoria escrito para o actor Pedro Gil - e que Peter Stein regressa, desta vez ao Teatro Nacional Dona Maria II, com O Prémio Martin, comédia degenerada de Labiche sobre adultério que o alemão encena com particular perversidade e que, em 2012, encheu o Ódeon, em Paris, como há muito não se via.

Mónica Calle junta-se a Paula Diogo e Sofia Dinger, no Maria Matos, para ler Noites Brancas, de Doistoiévski, Emmanuel Demarcy-Mota traz ao Teatro Municipal Joaquim Benite Victor ou as crianças ao poder, texto maldito de Roger Vitrac, poeta marginal dos marginais surrealistas, e Miguel Seabra regressa a O Senhor Ibrahim e as flores do Corão, espectáculo de honra da última edição do festival.

O 30.º Festival Internacional de Teatro de Almada encerrará com a Orquestra Gulbenkian a interpretar Sonho de uma Noite de Verão, de Mendelsohn. Naquela que será a primeira edição após a morte de Joaquim Benite, a devida homenagem à memória do homem de teatro que fundou o festival em 1984 far-se-á com a estreia de um filme-documentário da jornalista Catarina Neves.

A programação completa do festival será apresentada na próxima sexta-feira, dia 14, na Casa da Cerca, antecedendo a inauguração de uma exposição de Adriana Molder, que assina o cartaz.

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