Mitsubishi junta-se à corrida pela Alstom
A empresa japonesa alia-se à Siemens numa nova proposta pelo grupo francês.
Surgiu nesta quarta-feira um novo interessado no grupo industrial francês, Alstom. Desta vez, é a japonesa Mitsubishi que se junta à corrida pela empresa de energia, lado a lado com o grupo alemão Siemens.
Depois da General Electrics e a Samsung terem mostrado interesse em adquirir a empresa francesa, agora é a vez da Mitsubishi se juntar ao grupo dos interessados, em conjunto com a Siemens noticiou nesta quarta-feira o Financial Times.
Segundo o jornal, as duas empresas vão unir forças para fazerem uma oferta conjunta pelos activos financeiros da Alstom. Com esta união, acabam por se tornar num peso-pesado na corrida pelo grupo francês, disputando o negócio com a norte-americana General Electric, que avaliou a empresa francesa em 16,9 mil milhões de dólares (aproximadamente 13 mil milhões de euros).
De acordo com a agência Bloomberg, a Siemens e a Mitsubishi emitiram um comunicado onde declaravam que iriam chegar a acordo para formalizar uma proposta junto da administração da Alstom, até à próxima segunda-feira, 16 de Junho.
A agência noticiosa adiantou ainda, citando uma fonte próxima da empresa, que uma das opções em cima da mesa é a possibilidade de a empresa japonesa ficar com as actividades das turbinas a vapor e da transmissão eléctrica, enquanto a alemã Siemens ficará com as operações de turbina de gás.
De acordo com o Financial Times, Shunishi Miyanaga, presidente executivo da Mitsubishi, declarou que a multinacional japonesa “acredita firmemente que pode contribuir para uma solução em parceria pela Alstom, que irá ter valor para todas as partes envolvidas, incluindo a França.”
Por sua vez, Joe Kaeser, presidente executivo da Siemens, salientou que “irá trabalhar em conjunto com a Mitsubishi para criar uma solução orientada a longo prazo para a Alstom, para a Mitsubishi e para a Siemens.”
Tanto a Siemens como a General Electric têm tentado conquistar a confiança e o apoio do governo francês, que tem frisado que uma das maiores preocupações neste negócio são as garantias dadas pelos compradores, nomeadamente no que toca à manutenção dos empregos e à independência eléctrica do país.
De acordo com a AFP, o governo francês exige ainda que o centro de decisão da Alstom continue no país e não quer que a venda tenha impactos negativos na tecnologia nuclear produzida pela empresa, até porque as centrais da eléctrica francesa EDF estão equipadas com turbinas da Alstom.
A General Electric alargou recentemente a sua proposta até dia 23 deste mês, para que as negociações com a França possam prosseguir. A multinacional norte-americana prometeu ainda a criação de mil novos postos de trabalho dentro de três anos se ficar com a Alstom.
Texto editado por Raquel Almeida Correia