Mota-Engil ganha contrato nos Camarões e dispara 9% em bolsa

Companhia vai participar em projecto de desenvolvimento e tem contrato de 2600 milhões de euros.

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Gonçalo Moura Martins está optimista para 2014 Nfactos/Fernando Veludo

Os títulos do grupo Mota-Engil dispararam na sexta-feira em bolsa, acima dos 8%, depois de ter sido divulgado que lhe foi adjudicado um contrato, nos Camarões, no valor de 3500 milhões de dólares, o equivalente a 2600 milhões de euros.

A adjudicação foi feita pela Sundance Resources, uma companhia que está cotada na Austrália, à holding do grupo português que agrupa os negócios no continente africano – a Mota-Engil Engenharia e Construções África. Na base do contrato, que se integra no desenvolvimento do projecto de minério de ferro Mbalam-Nabeba, que é considerado um dos mais relevantes projectos de infraestruturas da região e do país.

O grupo português, segundo comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ficará responsável pela construção de via férrea com 510 quilómetros de extensão, desde a mina até ao terminal portuário de Lolabe, na costa oeste do país. Irá também construir um ramal ferroviário de 70 quilómetros para ligar Mbalam à mina, em Nabeba (República do Congo). E, por último, irá construir estaleiros e um porto de águas profundas com capacidade para 35 toneladas métricas por ano.

As condições para o avanço da obra, revela a Mota-Engil, deverão estar todas reunidas até meados do próximo ano e a conclusão dos trabalho deverá ocorrer no prazo de 42 meses. “As infraestruturas servirão de escoamento da produção do projecto de exploração do minério, de que a Sundance Resources é concessionária”, afirma o grupo português no comunicado enviado à CMVM.

Mas o bom desempenho conseguido pela Mota-Engil na sessão desta sexta-feira em bolsa fica a dever-se, também, a notícias de que poderá estar em vias de fechar contratos no México no valor de 2200 milhões de doláres (o equivalente a 1618 milhões de euros). A notícia foi avançada pelo Diário Económico, citando informações de um colunista do jornal mexicano Excelsior, Dario Celis. Os projectos estão relacionados com o plano de desenvolvimento da Costa Capomo, que se estende por vários anos.

Em entrevista também ao Diário Económico, Carlos Mota Santos, administrador do grupo e sobrinho do presidente, afirmava que a ambição da Mota-Engil é conseguir que os negócios na América Latina assumam um peso de 30% nos negócios globais. Recentemente, a companhia garantiu contratos de valor superior a 500 milhões de dólares na região.

Quando apresentou os resultados da empresa referentes a 2013, o presidente Gonçalo Moura Martins revelou que a carteira de encomendas da Mota-Engil tinha atingido os 3500 milhões de euros no ano passado e que para 2014 o objectivo era acrescentar 500 milhões de euros.

Com esta dinâmica, o grupo tem sido uma das estrelas da bolsa de Lisboa. Desde o início do ano, os títulos registaram uma valorização de 20%, mas, na comparação com idêntico período do ano passado, o incremento é superior a 140%.
 

   

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