Assis afirma que Seguro "merece" liderar o PS

Cabeça de lista dos socialistas às europeias de domingo passado apoia decisão do actual secretário-geral de não convocar congresso extraordinário.

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Para Assis, também Rui Rio seria “um candidato forte” a chefe de Estado Miguel Manso

Francisco Assis concorda com a decisão do actual secretário-geral do PS de não convocar um congresso extraordinário para discutir a liderança do partido, na sequência da disponibilidade manifestada nesta terça-feira por António Costa para assumir a função.

Em conferência de imprensa no Porto, Assis afirmou que António José Seguro está a fazer um "bom trabalho" e "merece" continuar a liderar os socialistas.  E recordou que o actual secretário-geral venceu "duas eleições seguidas", as autárquicas e as europeias disputadas no domingo passado, nas quais o próprio Assis foi o cabeça de lista do PS.

Assim, Francisco Assis reitera que não vê "qualquer razão para que o PS entre em convulsão" com uma disputa pela liderança. "Espero que não haja uma crise política, mas se acontecer, António José Seguro já disse que se recandidatará e terá o meu apoio, porque merece", reforçou o eurodeputado que, por sinal, foi o adversário do secretário-geral na última contenda pela liderança do PS.

Questionado pelo PÚBLICO se este apoio a Seguro decorria do facto de ter sido convidado pelo ex-rival para cabeça de lista nas eleições para o Parlamento Europeu, Francisco Assis respondeu: "Certamente que é também por solidariedade. É evidente que tenho o dever moral de o apoiar. Acabo de fazer uma campanha com ele, dirigi-me ao eleitorado dizendo que ele é o homem em quem confio e que quero que seja o próximo primeiro-ministro. Seria estranho que eu tivesse mudado de opinião", declarou o eurodeputado, para quem é preciso fazer uma "leitura mais atenta" do resultado eleitoral de domingo e "resistir à tentação, típica dos partidos de esquerda, de transformar vitórias em derrotas".

Francisco Assis também disse temer que o interesse manifestado por António Costa na liderança do PS venha a prejudicar o partido nas legislativas de 2015, "se a questão não for rapidamente resolvida". Mas mantém que Seguro "não tem razão nenhuma" para marcar um congresso extraordinário e que são aqueles que o desejam que têm de o "activar", mobilizando as distritais e os militantes necessários para tal. "Se não conseguirem, fica o problema resolvido."

Convidado a prever como ficará, no quadro actual, a relação de Seguro com um grupo parlamentar que ainda foi escolhido pelo anterior líder, José Sócrates, Francisco Assis disse considerar que "isso tem sido resolvido de forma satisfatória" e que acredita que os eleitos do PS continuarão a ser "responsáveis".

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