Venda de 11% da REN deverá estar concluída até final de Junho

Acções da CGD e da Parpública vão ser vendidas em bolsa e numa oferta particular a investidores institucionais.

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Os chineses da State Grid detêm 25% do capital da REN Enric Vives-Rubio

A operação de venda dos 11% da REN que ainda pertencem ao Estado deverá estar concluída até ao final de Junho, de acordo com um comunicado divulgado esta sexta-feira pela Parpública e pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), que têm 9,9% e 1,1%, respectivamente, do capital da empresa.

No documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a CGD e a Parpública explicam que vão alienar um total de 58.740.000 acções da empresa liderada por Emílio Rui Vilar. A Parpública detém actualmente 52.871.340 acções de categoria B da REN, que representam 9,9% do capital social, enquanto a CGD detém 5.868.660 acções de categoria B, ou seja, 1,1% do capital social. Estas acções de categoria B serão automaticamente convertidas em acções ordinárias na sequência da operação.

"Esta fase de reprivatização da empresa [a segunda, depois da entrada da State Grid e da Oman Oil, em 2012] deverá incluir uma oferta pública em Portugal dirigida a investidores de retalho e uma oferta particular dirigida a investidores institucionais dentro e fora de Portugal e fora dos Estados Unidos, sendo expectável que esteja concluída até ao final de Junho de 2014", refere o comunicado.

Os assessores financeiros e jurídicos do Estado nesta operação são o Caixa Banco de Investimento, a Perella e a sociedade de advogados Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados.

Com um free float (acções disponíveis para negociação no mercado) de apenas 18,9% a REN tem com esta operação a possibilidade de “fomentar a liquidez” do título, uma das prioridades previstas no decreto-lei que deu início ao processo de reprivatização, de Novembro de 2011.

Após a operação, os chineses da State Grid, que entraram em 2012 na empresa, manter-se-ão como maiores accionistas, com 25% do capital. Além da State Grid, também a Oman Oil tomou uma posição de 15% da REN no âmbito da primeira fase de reprivatização, que rendeu quase 600 milhões de euros ao Estado.

Recentemente, um dos accionistas de referência da REN, Filipe de Botton, presidente da Logoplaste, assumiu que o investimento na empresa responsável pelo transporte da energia em Portugal tinha deixado de ser estratégico, assumindo um carácter meramente financeiro. Nessa ocasião, Botton demitiu-se também do cargo de administrador.

Filipe de Botton detinha, através da EGF, uma posição de 8,4% da REN. Segundo o site da REN, a posição da EGF na empresa é actualmente de 7,8%, mantendo-se a entidade gestora como o segundo maior accionista português, a seguir ao Estado.
 

   





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