Controlinveste quer reduzir custos de seis milhões por ano na área dos media

Não há ainda um número preciso sobre os despedimentos que devem ocorrer ainda este ano. Reestruturação implica alterações nos principais jornais do grupo, que vão passar a ser mais pequenos e a ter um novo grafismo.

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O Jornal de Notícias é um dos títulos da Controlinveste Luís Efigénio

A administração da Controlinveste Conteúdos, a nova designação oficial do grupo que até há pouco tempo era liderado por Joaquim Oliveira, quer reduzir os custos operacionais entre cinco a seis milhões de euros por ano e prepara alterações para breve em alguns dos seus produtos editoriais.

Detentora de sete jornais, entre os quais, o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e O Jogo, de várias revistas, de uma estação de rádio (TSF) e de seis canais de televisão por cabo, a Controlinveste espera baixar os custos operacionais do grupo, reduzindo o tamanho dos diários, que vão também contar com um novo grafismo.

Mas a redução dos custos não se fará apenas à custa do papel. A estratégia que está a ser desenvolvida pelo grupo prevê também uma redução do número de colaboradores que ainda não está definitivamente quantificada. Mas ao que o PÚBLICO conseguiu apurar, a estratégia passará por afectar um milhão de euros para despedimentos, que ocorrerão nos vários projectos editoriais.

“Vamos continuar a contar com as pessoas que têm qualificação e que se encontram motivadas”, disse ao PÚBLICO fonte da Controlinveste, referindo não haver ainda uma ideia do número de colaboradores a dispensar. “Há vários cenários que estão devidamente quantificados, mas não têm ainda uma força tal que possamos apontar um número já. Daqui a um mês, haverá, muito provavelmente, uma ideia”, disse a mesma fonte.

As primeiras mudanças nas diferentes plataformas devem começar a surgir em meados ou finais de Junho, ou seja, quatro meses depois de os empresários António Mosquito e Luís Montez terem entrado para o Grupo Media Controlineste. Os dois novos accionistas têm uma participação conjunta de 42,5% – 27,5% para Mosquito; e 15% para Montez.

O novo plano estratégico para o grupo começou a ser desenhado a partir do momento em que ocorreu a injecção financeira proporcionada pela entrada dos novos accionistas. O reposicionamento e relançamento das marcas do grupo e a implementação de uma reestruturação interna para reduzir custos são duas das prioridades da nova administração.

O projecto de reestruturação que está em curso no Grupo de Media da Controlinveste conta com a participação das várias equipas, desde as editoriais e digitais às de distribuição marketing e comercial. A administração está a estudar mudanças relativamente a todas as unidades operacionais. O objectivo é reduzir custos e, ao mesmo tempo, tirar partido das marcas do grupo, mantendo e até melhorando a sua qualidade editorial.

A estratégia que está a ser desenvolvida vai dar uma grande importância ao digital, mas o produto em papel continuará a ter uma “relevância muito grande”. “A nossa aposta no digital será muito ambiciosa, mas terá de ser feita no desenvolvimento da plataforma em papel, que continua a ser um esteio na estratégia multiplataforma do grupo”, declarou a mesma fonte da Controlinveste.

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