Capucho prefere vitória de Seguro sobre Passos nas legislativas

Ex-autarca e antigo dirigente do PSD anuncia também voto no PS nestas europeias.

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António Capucho com Passos Coelho Nelson Garrido

A estratégia é simples. Mostrar o PS como um partido com capacidade de agregar à sua volta outras forças. E assim, no mesmo dia em que o Governo celebra a saída da troika com um Conselho de Ministros, o principal partido da oposição anuncia o apoio à direita e esquerda.

Primeiro, com o encontro do cabeça de lista às europeias Francisco Assis com o ex-social-democrata António Capucho. Depois com uma reunião entre o secretário-geral do PS, António José Seguro com a Renovação Comunista, que junta um grupo de dissidentes do PCP.

Este sábado, no Estoril, em Cascais, o ex-governante e antigo dirigente do PSD anunciou o voto no PS. Expulso do partido liderado por Passos Coelho, após as últimas autárquicas, explicou o apoio por ver que Assis era “quem estava mais próximo da ideia que tenho [Capucho] da Europa”. O que resultava do seu distanciamento em relação à actual liderança do PSD. “O neoliberalismo tomou conta do partido”, adiantou. Capucho foi conselheiro de Estado, presidente da câmara de Cascais e secretário-geral do PSD.

O ex-histórico social-democrata admitiu também que via nestas eleições umas “primárias” para as legislativas. E que preferia a vitória do PS nessas eleições, em determinadas condições: “Espero que sim, se se mantiverem no PSD as pessoas que estão à sua frente.”

Após Capucho segue-se a Renovação Comunista. Que fará uma declaração conjunta ao lado do líder do PS. O objectivo é também declarar o apoio do movimento ao PS nestas europeias. O encontro será com Cipriano Justo e Paulo Fidalgo. E o ex-deputado do PCP e seu líder parlamentar, Carlos Brito, deverá também participar nesse apoio.

Desde o último congresso do PS que Seguro tem manifestado a necessidade de juntar esforços dada a situação difícil do país. Defendeu mesmo a disponibilidade de incluir no seu Governo “sociais-democratas, progressistas e humanistas”. Por seu turno, Assis vem defendendo a “responsabilidade histórica do PS” em cativar outras franjas ideológicas mas que se identificavam com o projecto socialista.

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