Reunião do Governo no sábado "é para inglês ver... e francês e alemão", ironiza João Ferreira

A reunião extraordinária do Conselho de Ministros de sábado será apenas um acto de “propaganda” para “inglês ver ou para francês ou para alemão ver” e para mostrar a submissão do Governo e do país às grandes potências europeias, apontou esta quinta-feira o candidato da CDU, João Ferreira.

A CDU, que apresentou na CNE, tal como o BE, uma queixa contra a realização do encontro do Governo alegando que este estava a extravasar as suas competências e deveres durante um período sensível de campanha eleitoral e que foi chumbada, prefere desvalorizar o evento ironizando.

João Ferreira reagia assim, no meio de uma arruada que fez ao final da tarde no centro de Évora, ao comentário do ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, que admitiu que o Executivo quer “aproveitar os holofotes para dar conhecimento em termos mediáticos daquilo que é a estratégia das reformas a médio prazo”.

O comunista diz que se trata de “mera acção de propaganda” da equipa de Passos Coelho que procura “intervir directa ou indirectamente nesta campanha eleitoral, de forma ilegítima e ilegal”.

“Creio que podemos mesmo dizer que é um Conselho de Ministros para inglês ver, ou podíamos também dizer para francês ou para alemão ver. De facto, este governo mostra bem, assim também, que interesses é que serve. Não são seguramente os interesses do povo e do país”, criticou o cabeça de lista comunista.

“Nos últimos anos houve um caminho de passar para as mãos de entidades supra-nacionais as decisões fundamentais da vida do país. É também por isso que hoje estamos sujeitos às chantagens dos mercados financeiros, estamos dependentes dos ditos mercados para necessidades”, descreveu João Ferreira falando das “submissões do país a determinações condicionadoras do desenvolvimento e que vêm lá de Berlim ou de Frankfurt”.

Não tendo a CDU ou os portugueses nada para festejar, como diz João Ferreira, há no entanto “razões para alguns estarem satisfeitos, nomeadamente os credores internacionais que já se livraram de uma parte da dívida portuguesa que tinham, passando-a a instituições internacionais, depois de ganharem muito ao especularem sobre os juros da dívida soberana”. Já o povo… “tem tudo menos razões para celebrar”.

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