Cavaco Silva na China: "O poder serve o povo"

Em Pequim, o Presidente da República convidou em Pequim os partidos "à paz consolidada" durante a uma visita à Cidade Proibida.

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Presidente da República disse que “viver isolado do povo não é boa coisa e ainda por cima fechado com 55 mulheres" DR

“O poder serve o povo”, afirmou Cavaco Silva, em Pequim, à saída da Cidade Proibida, quando respondia a perguntas dos jornalistas, e momentos depois de ter convidado os partidos a uma “paz consolidada”. O Presidente da República está em Pequim em visita oficial e o casal presidencial será recebido na tarde desta quinta-feira [manhã de Portugal] ao mais alto nível pelo presidente Xi Jinping e pelo primeiro-ministro chinês.

“Viver isolado do povo não é boa coisa e ainda por cima fechado com 55 mulheres. O imperador tinha dificuldade em resistir”, comentou Cavaco Silva no final da visita à Cidade Proibida, um complexo com vários palácios que foi sede do Império Chinês e onde viviam 100 mil pessoas. À entrada da Cidade Proibida está um enorme retrato do líder comunista Mao Tsé-tung, que tomou o poder em 1949, data da constituição da República Popular da China. O complexo de grande dimensão e harmonia ostenta um sinal dos novos tempos: foi restaurado com suporte financeiro do American Express.

“A Cidade Proibida sugere que o poder estava isolado, fechado. E por isso é que hoje as coisas são diferentes e já não há imperadores”, afirmou o Presidente. Confrontado com o facto de nos tempos de hoje, em democracia, o poder continuar distante do povo, Cavaco Silva disse: “Então é melhor o povo vir à Cidade Proibida”. E concluiu que é “o poder que serve o povo”

Momentos antes, ainda no decurso da visita ao recinto, quando se fazia fotografar com os quatro deputados que o acompanham (CDS, PSD, PS e PCP), observou “que estava na paz consolidada”. E que desafiava os partidos em Portugal a conseguirem esta paz.

Para Cavaco Silva, não era bom para o orçamento dos imperadores chineses terem 100 mil “eunucos” a residir na Cidade Proibida, uma vez que isso desequilibrava o orçamento. Mas, no que respeita ao governo, ter dez ministros “já era bom”.

O casal presidencial protagonizou outros episódios, um deles à volta das concubinas do Imperador, que podiam oscilar entre 15 e 55. Cavaco observou: “Se uma já é o que é...”. E quando estava a assinar o livro de visitas, Maria Cavaco Silva aproximou-se e disse: “Eu posso porque só sou uma”.

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