Pagamento faseado de dívidas de clientes à EDP aumentou 25%

Electricidade foi cortada em 285 mil casas, cerca de 5% dos contratos residenciais.

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EDP prevê subida de 5% nos resultados líquidos Paulo Pimenta

O pagamento faseado de dívidas de clientes à EDP aumentou 25%, atingindo um total de 100 mil acordos no último ano, de acordo com os dados mais recentes disponibilizados pela EDP, relativos aos primeiros nove meses de 2013 em comparação com o mesmo período de 2012.

O pagamento faseado de dívidas de contas de electricidade cresceu mais do que a dívida corrente de clientes à EDP, que aumentou 15% no mesmo período.

"Atenta às circunstâncias actuais, a EDP tem procurado dar uma atenção permanente a todos e a cada um dos casos que se lhe colocam, tendo abertura para negociação das dívidas através da adopção de acordos de pagamentos faseados", afirmou fonte da EDP à Lusa.

As negociações da EDP com devedores não impediram, contudo, que o abastecimento de electricidade, no mesmo período, tenha sido cortado a 285 mil famílias, cerca de 5% dos 5,7 milhões de clientes residenciais da empresa. No entanto, o número de cortes por falta de pagamento manteve-se estável, uma vez que em anos anteriores já representava cerca de 5% dos contractos residenciais firmados com a EDP.

"Os comercializadores do Grupo EDP (EDP Serviço Universal e EDP Comercial) têm acompanhado, ao longo dos últimos meses, com o cuidado que a situação merece, a situação dos clientes com dívidas em atraso sendo que, em termos globais, a situação se tem mantido relativamente estável", afirma a empresa.

O processo de corte por incumprimento de pagamento, ressalva a mesma fonte, é um procedimento "de último recurso", que ocorre apenas após um pré-aviso de várias semanas, e que, "na esmagadora maioria dos casos", é seguido de uma operação de religação.

A empresa não divulga o montante de pagamentos em dívida pelos clientes, informando apenas que, entre Setembro de 2012 e o mesmo mês do ano passado, os clientes residenciais aumentaram em 15% a dívida corrente, enquanto os clientes empresariais registaram uma "redução significativa" dessas dívidas.

Menos famílias com tarifa social
O número de clientes residenciais da EDP com direito à tarifa social, que oferece descontos aos mais carenciados, baixou em dez mil no ano passado, totalizando 60 mil, segundo a empresa.

Em Setembro de 2012, cerca de 70 mil clientes da EDP beneficiavam da tarifa social e, um ano depois, em Setembro do ano passado, a empresa registava 60 mil. A mudança de fornecedor de electricidade ou o não preenchimento dos requisitos exigidos aos beneficiários da tarifa social podem estar na origem desta quebra.
A tarifa social resulta da aplicação de um desconto na tarifa de acesso às redes de electricidade em baixa tensão, que compõe o preço final facturado ao cliente.

Só têm direito a esta tarifa os clientes de electricidade que se encontrem numa situação de carência socioeconómica, comprovada pelo sistema de Segurança Social. Outra exigência para a tarifa social é ser beneficiário de uma das cinco prestações sociais: complemento solidário para idosos; Rendimento Social de Inserção; subsídio social de desemprego; 1.º escalão do abono de família; ou pensão social de invalidez.
São os próprios comercializadores de electricidade que, a pedido do cliente, verificam junto das instituições de segurança social a atribuição daquelas prestações sociais. A manutenção da aplicação da tarifa social também é verificada e confirmada todos os anos pelos comercializadores de electricidade.

No dia 7 de maio, o ministro da Energia, Jorge Moreira da Silva, disse no Parlamento que o Governo está a trabalhar na definição das regras para encontrar o grupo de 500 mil famílias que vão passar a usufruir de tarifas sociais na electricidade.

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